Passos e Portas puseram os pés na terra e foram avistados por um drone
Coligação PSD/CDS faz manhã de campanha em grandes propriedades agrícolas
Debaixo de um sol escaldante, Passos Coelho e Paulo Portas andaram toda a manhã em visitas a grandes propriedades agrícolas na zona do Ribatejo. Quintas de famílias tradicionais a que não faltam os equipamentos agrícolas modernos, a produção virada para a exportação e promoção externa.
Na Quinta da Alorna, onde se experimentam 13 variedades de milho para combater doenças, Portas mostrou já conhecer os empresários e disse mesmo já ter testemunhado a sua promoção no estrangeiro.
Mas foi Passos quem deu conta do drone que entretanto já sobrevoava a comitiva. “O drone é vosso?”, perguntou. “Temos um para dar uma vista aérea do conjunto da propriedade, o milho é alto”, justificou o antiftrião Pedro Lufinha.
A detalhada explicação sobre as actividades culminou com uma prova de vinho, ali mesmo na terra. E Portas não deixou de propor um brinde: “À agricultura, ao vinho e a um bom resultado”.
Já antes o líder do CDS tinha desafiado Passos Coelho a subir à debulhadora "para ver". Talvez fosse para seguir ao lado do condutor e fazer uma imagem típica de campanha, mas havia só um lugar e os dois líderes cumprimentaram o condutor, trocaram algumas palavras e desceram.
Passos e Portas foram alternando as perguntas aos anfitriões, tentando não se atropelar ou exacerbar protagonismos. Mas o primeiro-ministro não se coibiu de corrigir o vice-primeiro-ministro quando apontou que eram “quatro e não três” os vinhos portugueses no topo do ranking feito pela revista Wine Spectactor. “Não me leves a mal”, disse. “Tens razão”, retorquiu Portas, deixando o registo formal "de senhor primeiro-ministro" que já tinha usado nesta manhã.
Na paragem seguinte, na adega de uma outra propriedade, a Casa de Cadaval, o líder da coligação não hesitou em elogiar o empenho do CDS na agricultura, e em particular da ministra Assunção Cristas
Depois de uma passagem no terreno onde se cultivam tomates e onde ouviram explicações sobre o processo produtivo, os dois líderes, já com os sapatos cobertos de terra, eram esperados por militantes dos dois partidos da região. E também por uma reformada que ainda trabalha na propriedade. Tem admiração por Passos Coelho, mas ao mesmo tempo se queixa dos impostos que paga: “É um grande homem, agarrou o país da maneira que estava. Mas ele fez muitas asneiras. Gostava que me explicasse como é que com o que eu ganho pago um IRS estúpido”.