Passos diz que há melhores hospitais devido às reformas do Governo
Primeiro-ministro ataca os que, na política, recorrem aos tribunais
“Isto não seria possível se o Governo não fizesse ouvidos moucos às declarações fatídicas de putativos pais do Serviço Nacional de Saúde (SNS). O que ficou melhor qualificado foi o que fez as reformas ambiciosas”, disse ontem o primeiro-ministro na Maia, no encerramento do ciclo de conferencias “Confiança no Poder Local” – Estratégia e Gestão de Fundos Comunitários, Portugal 2020.Passos abordou ainda criticas a falhas no SNS. “Quem ouve a oposição a falar fica com a ideia de que o SNS foi destruído, de que não temos saúde e estamos à beira do caos. O ranking mostra que muitas instituições são de excelência”, disse Passos mesmo relativamente a hospitais que tiveram menos verbas disponíveis.
Recorda-se que, em Janeiro, os hospitais de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) admitiram que o número de colonoscopias para este ano não será suficiente apesar do aumento de 20 por cento. Também recentemente, um jovem acidentado em Chasves teve de fazer 400 quilómetros de ambulância após hospitais próximos não terem neurocirurgião
Defendendo a descentralização, Passos disse que o “Governo não quer gerir todos os hospitais e escolas”. “Alguém acredita que o ministro da Educação sabe de tudo o que se passa nas escolas? Isto é impensável”, apontou o social-democrata que assumiu ser necessária uma reforma dos serviços de Finanças e da Segurança Social. “Nuns sítios fechar-se-ão uns, noutros serão abertos outros”, referiu.
Neste sentido, Passos questionou a oposição sobre se quer “abordar a questão do ponto de vista da luta partidária ou reunir-se numa mesa”, considerando que “é preciso que todos se entendam” sobre a distribuição dos fundos comunitários.
“Se tivermos 28 mil milhões de euros, não vale a pena discutir investimentos de 37 mil milhões”, alegou. Já antes, o vice-presidente do PSD, Marco António Costa tinha acusado o PS de ser “antipatriótico” por não apoiar o Governo.
Passos não perdeu também a ocasião para criticar a recente polémica sobre os quadros de Miró, lamentando que “os que criticam o prejuízo no BPN, venham agora defender que se gaste mais dinheiro, mas não há mais dinheiro”. O primeiro-ministro lamentou ainda que “os que perdem” no âmbito político recorram aos juízes como “árbitros”, criticando assim a “judicialização da política”.