Passos Coelho não tem "nenhuma indicação específica" de espionagem em Portugal

Primeiro-ministro diz que revelações de Snowden não o fizeram alterar em nada a sua forma de comunicar.

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Passos Coelho em Bruxelas ERIC FEFERBERG/AFP

"Não tenho nenhuma indicação específica de que Portugal pudesse ter sido objecto de acções desta natureza", afirmou Passos Coelho no final de uma cimeira de líderes da União Europeia (UE), que dedicou uma boa parte dos seus trabalhos às novas revelações de espionagem em alta escala de vários países e dirigentes europeus pelos serviços secretos americanos. Segundo o chefe do Governo, estas revelações deixaram todos os líderes "bastante preocupados".

Interrogado pelos jornalistas sobre se adoptou algum tipo de medidas de protecção contra escutas indesejadas, Passos garantiu que continua a proceder como sempre. "As cautelas que sigo como primeiro-ministro e como cidadão são as mesmas desde há dois anos e meio a esta parte, quando assumi as funções de primeiro-ministro, e não são diferentes daquelas que tinha antes", garantiu.

Mas, precisou, o facto de Portugal não ter sido vítima de espionagem não significa que o país não esteja "totalmente solidário" com a iniciativa que será conduzida pela França e Alemanha, que vão negociar com os Estados Unidos um novo quadro mais claro de regras para o funcionamento dos serviços secretos dos dois lados do Atlântico.

"Estamos confiantes em que a relação com os Estados Unidos deve ser preservada, mas não pode deixar de ser também sublinhada a relação de respeito que tem de existir entre os dois blocos", afirmou Passos. E prosseguiu: "Nessa medida, Portugal decidiu integrar também esta iniciativa que foi apresentada quer pelo Governo francês, quer pelo Governo alemão de procurar de forma bilateral com os Estados Unidos da América esclarecer estas questões que envolvem a protecção de dados e as questões de segurança e de partilha de elementos de segurança sobre os respectivos países."
 
 

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