Passos Coelho garante que o Estado está a gastar menos

Líder do PSD admite que a dívida pública tem crescido mas assegura que no final do ano estará em 122% do PIB.

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Passos Coelho falou na apresentação da candidatura de Pedro Pinto à Câmara de Sintra Bruno Simões Castanheira

Dois dias depois de ter sido revelado que a dívida pública subiu para 131,4% do PIB, Passos Coelho veio explicar o motivo dessa evolução. “A razão do rácio da dívida mais elevado é porque temos ido ao mercado buscar dinheiro para amortizar uma dívida do passado”, disse, num tom pedagógico, perante mais de mil pessoas que estiveram este sábado no centro cultural Olga Cadaval, em Sintra, apresentação da candidatura da coligação PSD/CDS/MPT ao município.

Essa dívida, prosseguiu o primeiro-ministro, foi contraída há dez anos por um Governo liderado por António Guterres. E não será caso único. “Andamos a pagar dívidas desde que tomámos posse, é nos hospitais, é em todo o lado”, disse, observando que à medida que o Estado paga as dívidas “o rácio vai baixar” e “no final do ano está na casa dos 122%”, conforme o compromisso assumido com a troika.

Com a ministra das Finanças na sala  a única ministra do Governo presente na sessão , Passos Coelho centrou parte do seu discurso na leitura dos dados da execução orçamental, divulgados na sexta-feira, para dizer que a despesa pública está a baixar. “Os dados vieram confirmar que continuamos a reduzir a despesa efectiva do Estado abaixo do fixado”, afirmou, garantindo: “O Estado tem de gastar menos e está a gastar menos”.

Dois exemplos foram deixados. Um foi o fim dos governos civis, o outro prendeu-se com a opção do Governo não nomear os segundos elementos das estruturas distritais da Segurança Social, uma escolha pela qual cumprimentou Marco António Costa, então secretário de Estado da Segurança Social e actual número dois do partido.

Passos Coelho explicou que o Governo não consegue travar a dívida pública por causa do défice. Nesse sentido aproveitou para responder à oposição, em particular ao PS, apontando uma contradição. “Não percebo por que é que a oposição nos critica por haver uma dívida elevada e tomamos medidas para baixar o défice”, afirmou.

Numa altura em que muitos candidatos autárquicos se querem distanciar do Governo, Passos Coelho aproveitou para reafirmar o compromisso de Pedro Pinto, que é vice-presidente do PSD, no apoio ao às políticas do Executivo. Desenganem-se os que pensam em passar “por entre os pingos da chuva”. “Todos nos molhamos, os políticos que estão no Governo, os que estão nos partidos, os que são candidatos às câmaras”, afirmou. Nenhum caso foi referido, mas o certo que ainda esta semana o candidato a Oeiras do PSD (independente) Moita Flores disse que o Governo o tinha andado a “roubar”.

Ao reiterar o compromisso de Pedro Pinto com a actual maioria, o primeiro-ministro reiterou que as medidas tomadas pelo Governo vão deixar Portugal um país diferente. “Um projecto em que vamos conseguir ao fim de quase 40 anos de democracia o Estado não tenha de extorquir mais as pessoas do que elas podem pagar pela saúde, edução, segurança, justiça”, disse.

Na sessão da apresentação da candidatura, que durou perto de duas horas, e que incluiu projecção de vídeos, estiveram dois ex-líderes do PSD, Marcelo Rebelo de Sousa, e Marques Mendes, mas também vários secretários de Estado e o primeiro vice-presidente do partido.

Depois de reconhecer o trabalho de 12 anos de Fernando Seara, que é agora candidato a Lisboa, o presidente do PSD deixou uma nota pessoal. “Sou amigo muito próximo do Pedro Pinto há mais de 30 anos”, disse, lembrando que o candidato já foi seu líder quando presidiu à JSD. Pedro Pinto foi recordado como autarca em Lisboa, vereador de Santana Lopes, responsável por mais de 600 obras públicas e por trazer para Lisboa o Rock in Rio. Passos Coelho definiu-o como um homem que “vem do coração do PSD”. E lembrou que vota naquele município. “Como morador em Massamá vou votar nele. E lá em casa é capaz de haver mais votos”, revelou o líder do PSD, que foi à sessão acompanhado da mulher.
 
 
 

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