Os partidos de esquerda no parlamento açoriano já na quinta-feira haviam manifestado o seu desacordo em relação a uma proposta apresentada pelo deputado do PPM, Paulo Estêvão, que pretendia reduzir de 57 para 41 o número de parlamentares regionais.

O líder parlamentar social-democrata, Duarte Freitas, disse no plenário que a postura da maioria socialista revela que o PS “não quer reduzir o número de deputados” nem diminuir os gastos de funcionamento do Parlamento, algo que o PSD considera fundamental em tempo de crise.

A bancada do PS admitiu rever o sistema eleitoral, mas não apenas para analisar uma eventual redução do número de deputados, tendo Francisco Coelho, deputado socialista, garantido que essa discussão será feita “a seu tempo”.

A redução do número de deputados é também contestada por Aníbal Pires, do PCP, e por Zuraida Soares, do Bloco de Esquerda, que consideram a medida penalizadora para os partidos mais pequenos.

Paulo Estêvão advertiu, no entanto, que, “se nada for feito”, a Assembleia Legislativa dos Açores poderá vir a eleger, nas próximas eleições regionais, 64 deputados, mais sete do que nas legislativas de 2012. "É que o número de deputados eleitos em cada acto eleitoral depende directamente do número de eleitores inscritos, que aumentou nos últimos anos por via do recenseamento automático e da eventual desactualização dos cadernos eleitorais", lembrou.

A bancada do PS garantiu, no entanto, que antes das próximas eleições o Parlamento “saberá encontrar” uma solução para o problema e evitar o previsível aumento de deputados.

Nas últimas eleições, a assembleia regional criou uma norma provisória que impediu o aumento do número de deputados resultante do aumento de eleitores, mas que caducou com o fim do acto eleitoral. O Parlamento dos Açores tem actualmente 57 deputados em representação das nove ilhas do arquipélago.