O recém-criado Nós, Cidadãos! quer chegar ao Parlamento já em Outubro
Em aberto está ainda a possibilidade de o juiz Rui Rangel poder integrar as listas de candidatos ao parlamento.
Cerca de uma centena de militantes do Nós, Cidadãos! esteve em São Domingos de Rana, Cascais, a debater e a votar os estatutos do partido, a eleger os órgãos directivos e a discutir a estratégia eleitoral de um partido que nasceu de um movimento de cidadãos – e que assim teria continuado não fossem as exigências da lei eleitoral –, mas que recusa apresentar-se como "pequeno partido".
"Quem vai decidir se somos um pequeno ou médio partido é a população. Nós somos um partido emergente. Temos os nossos objectivos eleitorais, e esses objectivos neste momento apontam para uma presença no parlamento", disse à Lusa o fundador do partido Mendo Castro Henriques.
Sobre as expectativas eleitorais, o porta-voz do partido optou pela prudência: “Um grupo parlamentar faz-se a partir de dois [deputados], neste momento é prematuro dizer, mas em tempo oportuno comunicaremos a nossa expectativa de parlamentares.”
O Nós, Cidadãos! quer afirmar-se pela diferença em relação "ao que o arco do poder tem feito". Entre as medidas prioritárias estão o reforço da democracia participativa, o combate ao sobreendividamento de famílias e empresas, e a alteração das regras pelas quais as empresas fazem descontos para a Segurança Social.
Sobre esta proposta em concreto, Mendo Castro Henriques diz que será "criadora de emprego" e que as empresas têm transmitido ao partido a ideia de que "acertaram em cheio" ao pretenderem alterar a regra que obriga a descontar sobre o número de funcionários, para uma outra que faça incidir os descontos sobre o volume de negócios e a facturação.
O fundador do Nós, Cidadãos! afirmou ainda que o partido não vai esquecer "as origens" enquanto movimento de cidadãos e que se vai bater no parlamento para que movimentos desta natureza tenham legitimidade para eleger deputados.
A definição das listas de candidatos a deputados é um processo que está a decorrer e que deverá ficar fechado até 21 de agosto. Em suspenso está ainda a possibilidade de o juiz Rui Rangel poder vir a integrar as listas de candidatos ao parlamento.
Sobre o partido, formalizado no final de Junho, o fundador já disse que se situa no"extremo centro": "Nós achamos é que, dentro da caixa, dentro das soluções convencionais, os partidos arrumam-se em esquerda e direita, dentro da caixa nós somos do centro.” Nessa altura, garantiu ainda que que contavam com apoios em todo o país, sobretudo em Lisboa, Porto, Setúbal e Braga.
"Estamos fortes em Lisboa e Porto, nos Açores por razões conjunturais, em Setúbal e Braga. Sendo realistas, porque as vitórias que queremos alcançar serão feitas com dignidade, vamos apostar onde é exequível. Mas vamos concorrer a todos os círculos porque temos apoiantes em todo o território nacional", afirmou.