Moreira da Silva contraria porta-voz do PSD sobre o FMI
Ministro do Ambiente disse ser “muito sensato” evitar comentários públicos sobre a troika durante as avaliações.
A declaração é uma resposta a Marco António Costa, tal como Moreira da Silva também vice-presidente do PSD, que, na quarta-feira, fez duas críticas ao Fundo Monetário Internacional (FMI).
Questionado, à saída da sede da Comissão Europeia, onde se reuniu com vários comissários, sobre as críticas vindas do próprio PSD à postura do FMI nas negociações, o ministro escusou-se a tecer comentários enquanto a missão da troika estiver em Portugal, que disse ser uma regra que tem seguido e que lhe parece “sensata” e “preferível”.
“Não falo sobre a troika durante as avaliações. Há um hábito, que me parece muito sensato, que é: enquanto estamos nestas discussões sobre a avaliação por parte da troika, é preferível não haver um nível de comunicação pública muito elevado, na medida em que estão a ser discutidas várias matérias com as três instituições”, Comissão Europeia, Banco Central Europeu e FMI.
“Portanto, seguirei essa regra, que é: enquanto estivermos a discutir com a troika, como estamos, e eu próprio estive durante esta semana, não vou fazer nenhum comentário que perturbe ou que prejudique essa discussão. No final dessa avaliação, poderei dar nota do seu impacto no nosso ministério. Até lá, não quero fazer nenhum comentário”, concluiu o ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia.
Na véspera, o porta-voz do PSD, Marco António Costa, afirmara que o FMI faz “proclamações muito piedosas em relatórios”, mas tem sido “inflexível” nas negociações. “Aquilo que eu constato é que há uma hipocrisia institucional da parte do FMI, porque há relatórios que sublinham essa preocupação, mas depois, no concreto, na postura que revela na mesa das negociações, na atitude que assume no dia-a-dia de relacionamento com os estados, com os governos que têm de lidar com o FMI, o que mostra é uma atitude muito pouco flexível”, disse, em reacção a um relatório do FMI que concluiu que os países devem evitar reduzir os défices orçamentais demasiado depressa, mesmo quando estão sob pressão dos investidores por terem uma dívida elevada.