Ministério do Ambiente ordena inspecção urgente à fábrica da Lusalite
A inspecção, determinada depois de uma acção de campanha do candidato do PS, Marcos Sá, à Câmara de Oeiras, vai avaliar os riscos para a saúde e determinar quais as medidas de intervenção necessárias.
Fonte oficial do Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia revelou que o ministro Jorge Moreira da Silva assinou na terça-feira um despacho com efeitos imediatos “respeitante às diligências que devem ser tomadas”, depois de terem chegado “recentemente ao conhecimento” do ministério “queixas relativas ao alegado abandono de materiais de construção contendo amianto, nas instalações da antiga fábrica da Lusalite, na Cruz Quebrada, concelho de Oeiras”.
O objectivo da inspecção, pela Inspecção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, é “avaliar os riscos para o ambiente e para a saúde pública decorrentes da exposição ao amianto” na fábrica abandonada há cerca de dez anos, tendo em conta também o alarme que podem causar entre a população local as notícias de eventual perigosidade das instalações.
A inspecção pretende ainda “definir as medidas de correcção que se mostrem necessárias, fixando o prazo para a sua execução e notificando os eventuais responsáveis, sem prejuízo de outras medidas que se mostrem legalmente devidas”, é acrescentado num comunicado enviado à Lusa.
Na terça-feira, numa visita às instalações da antiga fábrica de telhas de amianto da Cruz Quebrada (junto ao Estádio Nacional, no Jamor), fechada desde 1999, o candidato do PS à Câmara de Oeiras, Marcos Sá, acusou a autarquia, presidida por Paulo Vistas, de se “desresponsabilizar” pela acumulação de amianto na antiga fábrica, com risco para a saúde pública.
Marcos Sá assegurou que, se for eleito presidente da Câmara de Oeiras, vai obrigar o proprietário privado a retirar todo o amianto ali concentrado e a realizar estudos para perceber se houve ou não contaminação dos solos.
O Plano de Pormenor para a Margem Direita do Rio Jamor, onde a fábrica se encontra, abrange uma área de 26,7 hectares e contempla a construção, numa zona próxima do rio Tejo, de um viaduto sobre a marginal e de cinco torres destinadas a habitação, comércio e serviços.