Miguel Relvas ficou a dever 800 euros à Universidade Lusíada

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A Universidade Lusíada anulou a matricula do então deputado Miguel Relvas em 1996

Relvas tinha-se matriculado em Novembro de 1995 no primeiro ano do curso de Relações Internacionais, mas logo no fim de Janeiro já tinha as propinas em atraso, tendo sido informado por escrito de que a sua inscrição seria cancelada se não pusesse as contas em dia até ao fim do mês.

Um mês e meio depois, a 13 de Março de 1996, os serviços da universidade enviaram-lhe um novo ofício, no qual comunicam que a matrícula foi “anulada dado não ter procedido à liquidação do saldo da conta corrente, no valor de 160.272 escudos”. O documento informa ainda o aluno de que se desejasse voltar a inscrever-se no estabelecimento teria de pagar as propinas em atraso.

A carta em que a universidade comunica a anulação da matrícula consta do processo individual do aluno Miguel Relvas, que o PÚBLICO consultou esta tarde nas instalações da Universidade Lusíada, em Lisboa. Na altura em que se inscreveu no curso de Relações Internacionais, onde não chegou a fazer qualquer exame, Relvas já era deputado há dez anos.

No ano lectivo de 1984/1985 já tinha frequentado o curso de Direito da Universidade Lusíada (então ainda chamada Universidade Livre), tendo sido aprovado, com dez valores, apenas em uma (Ciência Política e Direito Constitucional) das quatro disciplinas do currículo do primeiro ano

No ano seguinte (1985/1986) deixou Direito e matriculou-se em Ciências Históricas, mas não fez nenhuma das sete disciplinas semestrais que correspondiam ao primeiro ano do curso.

Onze anos depois inscreveu-se em Ciência Política e Relações Internacionais na Universidade Lusófona, concluindo o curso de três anos em apenas um ano lectivo. Na Universidade Lusíada não há qualquer registo de que o actual ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares tenha alguma vez requerido um certificado de habilitações que atestasse o facto de ter sido aprovado na disciplina de Ciência Política e Direito Constitucional.

De acordo com a agência Lusa Relvas no processo do ministro na Universidade Lusófona também não se encontra qualquer prova de que tenha obtido aprovação naquela cadeira.

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