Marques Guedes: “Direito de protestar não inclui direito de silenciar os outros”

Secretário de Estado garante que “obviamente” os recentes “actos isolados” de protesto não motivaram alterações de agenda do Governo.

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Marques Guedes desvalorizou os protestos

Questionado pelos jornalistas esta quinta-feira, no final da reunião do Conselho de Ministros, o governante afirmou que a recente onda de protestos não foi discutida no encontro e que o Governo não decidirá quaisquer alterações à agenda pública nem terá pedido qualquer reforço de segurança. Mas a avaliação sobre se esse reforço é ou não necessário cabe às forças de segurança, fez questão de vincar Luís Marques Guedes.

O secretário de Estado da Presidência desvalorizou, no entanto, os protestos, alegando que não passam de “situações de grupos minoritários que de todo se confundem com o sentimento da sociedade portuguesa, caracterizada pela tolerância democrática”, e disse esperar que haja mais “respeito” pelos direitos em geral, defendendo que “aquilo que são os seus direitos de protestar [dos manifestantes] não incluem o direito de silenciar os outros”.

Entendendo que não há uma contestação generalizada, mas antes meros actos isolados, “situações pontuais”, o governante nunca se referiu directamente aos protestos de que foram alvo o primeiro-ministro no Parlamento (um grupo de pessoas interrompeu o debate quinzenal cantando Grândola, Vila Morena), Miguel Relvas em Gaia e no ISCTE (com a mesma canção e com gritos e cartazes de protesto), e o ministro da Saúde (com a mesma canção de Zeca Afonso).

“Tem havido uma triste confusão entre o direito de todos se fazerem ouvir nos seus protestos com o direito de silenciar os outros. Esse direito [de silenciar] não existe em relação a nada nem a ninguém e é sinal de alguma intolerância que não tem reflexo na sociedade nem na generalidade dos portugueses”, afirmou Luís Marques Guedes, desvalorizando os incidentes.
 

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