Marcelo diz que Conselho de Estado foi uma desilusão
Comentador dá razão a Cavaco na polémica com Miguel Sousa Tavares.
No seu habitual comentário na TVI, o antigo Presidente do PSD e conselheiro de Estado de Cavaco Silva, admitiu que os conselheiros disseram no Palácio de Belém o que dizem cá fora.
As muitas expectativas antes da realização da reunião e a longas horas que demorou, criaram muitas espectativas que acabaram em desilusão porque não houve nada de concreto, afirmou o comentador. “[Os portuguses] esperavam que se tirasse ou colocasse um coelho da cartola.”
Marcelo disse ainda que o comunicado final do Conselho não se percebe, mas garante está lá tudo o que diz respeito ao futuro de Portugal e da Europa.
O social-democrata não revelou se a possibilidade da realização de eleições antecipadas foi discutida no encontro com Cavaco Silva, mas lembrou que muitos, fora do Conselho, já exprimiram a sua opinião a favor e contra, dando a entender que o tema foi, de facto, discutido. E acrescentou que o Presidente da República é contra o cenário de legislativas antecipadas.
Marcelo acha que esse cenário não é desejável, nem deverá acontecer, e que nem Paulo Portas nem Passos Coelho querem sair como os “maus da fita” do Governo.
O comentador admitiu porém, que Passos deve pensar o mesmo que o seu pai, que afirmou que o primeiro-ministro está desejoso de sair do Governo, embora não acredite que ele deixe o Executivo.
Caso, no futuro e depois do final do seu mandato, Passos não avance para a liderança do PSD, o antigo líder diz que não faltam nomes para a sucessão, apontado os de Rui Rio e Paulo Rangel como principais candidatos.
Marcelo comentou também a polémica entre o Presidente e Miguel Sousa Tavares, que, numa entrevista, chamou “palhaço” a Cavaco. Para o comentador, não restava outra alternativa ao Presidente que não apresentar queixa ao Ministério Público.
O social-democrata disse que lhe fez “muita impressão” ter ouvido no sábado, na manifestação da CGTP, várias pessoas a chamarem “gatuno” ao Presidente da República. E perguntou: “O que é pior, chamarem gatuno ou palhaço?”, lembrando que as muitas pessoas que chamaram “gatuno” ao Presidente “não podiam ser identificadas uma a uma”. “A temperatura no país está muito elevada”, acrescentou.
Durante o seu comentário, Marcelo deu também como garantido o facto de Pedro Passos Coelho já ter acordado com a troika que a meta do défice para 2014 suba de 4 para 4,5%.