JS importa o "Gato Gordo" da Suíça
A Juventude Socialista apela a que os partidos com assento parlamentar partam para o debate sobre a limitação salarial dos gestores sem dogmatismos.
A iniciativa “Gato Gordo” apresentada pelo Partido dos Jovens Socialistas Suíço e que vai a referendo popular já no próximo domingo chega assim a Portugal, “entre o final deste ano e o início do próximo”, pela mão da Juventude Socialista portuguesa, sob o título Salários Justos.
“Esta iniciativa decorre de uma preocupação crescente por parte da JS para com o agravamento das desigualdades sociais, muito em particular das desigualdades salariais que temos vindo a verificar no nosso país”, explicou João Torres.
Através desta proposta a JS pretende lançar um debate público acerca da autodeterminação salarial praticada pelos gestores e administradores das empresas, assim como “introduzir na nossa economia alguns critérios de justiça através do estabelecimento de um rácio humano, que seja um rácio social no sentido de não se desvalorizar e não se valorizar excessivamente o trabalho de alguns cidadãos em detrimento do trabalho de outros”.
A proposta dos jovens socialistas tem por base, não só o exemplo suíço, onde a população vai ser consultada em relação a uma iniciativa que pretende decidir se um gestor de topo deve ganhar, como tecto máximo, 12 vezes mais do que o salário mais baixo pago pela empresa, mas também o exemplo francês que já define que um gestor de uma empresa pública só pode ganhar 20 vezes mais do que o trabalhador mais mal pago.
De acordo com João Torres, a JS não parte para esta proposta “com base num rácio concreto”, embora admita que, não sendo ainda o ideal para dignificar a mão de obra, “deve haver uma convergência no sentido de existir uma frente comum das Juventudes Socialistas no espaço da UE, no sentido de que essa limitação proporcional seja de 1 para 20”.
A JS acredita que o PS pode acolher a iniciativa e incluí-la no seu programa e ideário político e pede aos restantes partidos com assento parlamentar que partam para esta discussão “sem qualquer tipo de dogmatismo” e com uma obrigação moral de combater “uma economia selvagem” e estabelecer em Portugal uma “economia de mercado social”.