Joana Vasconcelos sem tempo para intervenção nas comemorações do 25 de Abril
Artista plástica afirma que a sua possível intervenção não recorreria e chaimites e cravos, ao contrário do que sugeriu a presidente da Assembleia da República.
A posição consta de um comunicado do atelier de Joana Vasconcelos divulgado esta terça-feira. Na nota, a artista desmente que a sua intervenção recorresse a chaimites e cravos. “Nunca em momento algum a artista idealizou tal intervenção”, lê-se na nota. Na passada semana, o PÚBLICO noticiou que a Assembleia da República tinha como proposta para Joana Vasconcelos ornamentar chaimites com cravos criados pela artista.
Joana Vasconcelos, segundo o comunicado, “manifestou total disponibilidade para trabalhar o tema desde que o convite fosse consensual na Assembleia da República e se o mesmo fosse formalmente apresentado com a antecedência necessária”. A artista considera que “neste momento, os prazos não permitem a execução do projecto idealizado pela artista, e, por este motivo, não será possível concretizar a intervenção da artista no âmbito das comemorações do 40º aniversário do 25 de Abril”.
As propostas para comemorar a Revolução de Abril ainda estão a ser ultimadas pelos deputados e o programa final só será conhecido dentro de algumas semanas. Está prevista a realização de um concerto por Rodrigo Leão, outro concerto com artistas convidados e uma exposição sobre o nascimento da democracia, para a qual vai ser pedida a colaboração de Pacheco Pereira. Ficou também assente a realização de um ciclo de cinema, com documentários feitos por estrangeiros, a de uma peça de teatro (por A Barraca) e de uma conferência sobre “Os Novos Paradigmas do Futuro”.
A Presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, propôs recorrer a mecenato para custear as inciativas, mas retirou a proposta por falta de consenso. PCP e BE opuseram-se à ideia e sustentaram que as despesas têm de ser assegurados pelos fundos do Parlamento, sem recorrer a quaisquer entidades externas.