Homem atira sandália a deputados momentos antes do chumbo da moção de censura
Poucos deputados se aperceberam do incidente e ninguém foi atingido. Moção foi chumbada pela direita.
O gesto de protesto aconteceu já no final das intervenções, quando a presidente da Assembleia da República estava a preparar a votação e Assunção Esteves, tal como a maioria dos deputados não se terão apercebido do incidente.
O homem foi prontamente encaminhado para a porta pelos agentes da polícia presentes nas galerias. E a sandália ficou no chão, num dos corredores das bancadas dos deputados do PS.
O gesto de atirar um sapato a alguém é considerado um insulto grave no mundo árabe, porque o sapatão e em especial a sua sola estão associados à sujidade. Esse gesto ganhou alguma popularidade no mundo ocidental na última década depois de o presidente norte-americano George W. Bush ter sido alvo de um protesto em que quase foi atingido por um sapato atirado por um jornalista iraquiano, em 2008.
A moção de censura contra o Governo apresentada esta tarde no Parlamento pelo Partido Ecologista Os Verdes foi chumbada com os votos contra dos partidos da coligação e governo.
A votação da moção de censura registou 131 votos contra – de todos os deputados presentes do PSD e do CDS-PP – e 87 votos a favor, das bancadas do PS, PCP, PEV e BE. As duas bancadas da maioria têm 132 deputados (108 do PSD e 24 do CDS-PP); na oposição são 98 (PS 74, PCP 14, PEV 2, BE 8).
Assim que a presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves anunciou a rejeição da moção de censura, todos os deputados social-democratas e centristas se levantaram e aplaudiram de pé a bancada do Governo durante 45 segundos.
Numa espécie de protesto inédito, parte dos deputados da oposição, em especial do PS, começou nessa altura a sair da sala rapidamente, antes mesmo de Assunção Esteves dar por encerrada a sessão e de os membros do Governo se levantarem.
Notícia corrigida: substituiu-se sapato por sandália.