Grupo de socialistas vai propor “congresso extraordinário do PS depois das presidenciais”

Um soarista e vários seguristas preparam documento em que deixam claro que António Costa deve assegurar o futuro próximo do PS.

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Além de Ramalho, essa tomada de posição pública deverá ser apoiada por militantes de renome, como o ex-membro do secretariado de Seguro Jorge Seguro Sanches, o presidente da Câmara da Covilhã, Vítor Pereira, e o ex-director da Acção Socialista no tempo da anterior direcção, Marcos Sá. À excepção de Ramalho, que sempre foi muito próximo do Mário Soares, todos os outros são dirigentes da liderança de António José Seguro.

O apelo interno que deverá ser oficializado nos próximos dias servirá também para alertar o partido para o risco de “haver precipitação” nos próximos dias. Ramalho considera que a actual direcção tem de ter condições para encarar as próximas batalhas políticas que se avizinham – que são a “passagem ou não do programa de governo, o próprio Orçamento e as presidenciais”.

Assegurando estar contra a demissão de António Costa, o debate que interessa, destacou, é mais sobre o ideário e a unidade do partido. Acrescenta que o PS deve agora pensar “num rumo” sem ter em conta os notáveis. “Sou contra a fulanização da política”: “Congresso extraordinário depois das presidenciais, onde aí se colocarão as candidaturas que entenderem.”

Socialistas à espera da demissão de Costa
Também o ex-vice-presidente da bancada parlamentar e antigo presidente da distrital de Viseu, José Junqueiro, assumiu este domingo o seu descontentamento em relação aos resultados eleitorais. “No início desta legislatura, o PS iniciou uma oposição construtiva e obteve sucesso nas eleições autárquicas e europeias. Esse processo foi interrompido pelo doutor António Costa, que defendeu uma vitória rápida nestas eleições. Os resultados desta noite contrariam esses objectivos. Estamos à espera que o secretário-geral interprete estes resultados”, disse ao PÚBLICO.

Entretanto, no hotel Altis, os dirigentes socialistas apoiantes de Costa continuavam sem aparecer abaixo do 13.º andar reservado à liderança do partido. Em contrapartida, os anteriores adeptos da liderança de Seguro estavam mais visíveis. "Todos os resultados eleitorais têm leitura política", afirmou o ex-membro do anterior secretariado, Eurico Brilhante Dias. Por seu turno, a eurodeputada Ana Gomes confessou-se “chocada” com os números eleitorais.

José Junqueiro acrescentou que a sua leitura era partilhada por “muitos socialistas de Norte a Sul do país”, e não sendo só antigos apoiantes da direcção de Seguro mas também adeptos do avanço interno de António Costa. Junqueiro mais não disse “por lealdade” para com o actual secretário-geral.

 

 

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