Governo faz Conselho de Ministros extraordinário no dia 17 para aprovar estratégia de médio prazo

O Governo reuniu esta quinta-feira de manhã no Palácio da Ajuda para assinalar a "saída limpa" do programa da troika.

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Enric Vives-Rubio

Falando durante a parte pública da reunião do Governo desta quinta-feira, em formato alargado, incluindo todos os ministros e secretários de Estado, Pedro Passos Coelho disse que esse encontro do executivo de dia 17, um sábado, servirá para, “de uma forma simbólica apropriada, marcar formalmente” a data de saída do resgate, tal como fez a Irlanda em Dezembro passado.

Esse "documento de estratégia de médio prazo" será "divulgado aos portugueses, a todos os nossos parceiros europeus e investidores internacionais, marcando justamente, tal como a Irlanda fez, aquilo que é o nosso compromisso para o futuro, em não estragar aquilo que deu tanto trabalho aos portugueses a construir, por um lado, e, por outro lado, impulsionar uma linha de crescimento da economia, de criação de emprego e de melhores oportunidade para todos os portugueses no futuro", descreveu o chefe do Governo.

Apesar de nesse dia se estar já a meio da campanha eleitoral, Passos Coelho acredita que a estratégia de médio prazo que será aprovada “não corre o risco de ser considerada um ponto de polémica que possa ser confundida ou perturbar as eleições”.

O Governo está reunido esta quinta-feira de manhã em Conselho de Ministros não na sua sede, mas no Palácio da Ajuda. Trata-se de uma reunião alargada, que inclui os secretários de Estado na segunda parte do encontro, e que tem por objectivo fazer o balanço dos três anos de aplicação do programa de ajustamento económico e financeiro. Programa esse que termina no próximo dia 17, e do qual Portugal sairá de forma “limpa”, sem a ajuda de um programa ou seguro cautelar.

Passos Coelho mostrou, porém, ter dois pesos e duas medidas no que toca à marcação e à agenda dos conselhos de ministros. Apesar de ter agendado para dia 17 esse Conselho de Ministros extraordinário, afirmou que preferiu fazer hoje a reunião para "fazer um balanço" e um "prestar de contas" do Governo sobre os três anos de troika para não perturbar a campanha eleitoral.

"Decidiu o Conselho de Ministros e eu próprio, que deveríamos fazer este balanço, de certa maneira, este prestar de contas, antes dessa campanha eleitoral se iniciar formalmente", argumentou o primeiro-ministro. “Queremos dar assim este nosso contributo para que a campanha eleitoral possa decorrer com toda a normalidade e ninguém venha observar que o Governo não se comporta com o seu dever estrito de imparcialidade no decorrer dessa campanha”, acrescentou.

 "Se é verdade que não fomos nós que escolhemos o dia 17 de Maio nem a data da realização das eleições europeias, a verdade é que está ao nosso alcance poder fazer esta comunicação ao país de forma a não confundir as matérias", justificou ainda o governante.

 

 

Passos Coelho realçou que estes três anos "envolveram um exercício muito exigente e rigoroso da parte de todos os membros do Governo", agradeceu o "empenho" de todos e vincou que o Executivo cumpriu a sua "missão". "Sendo certo que a missão do Governo está muito para além do cumprimento do memorando de entendimento e o seu mandato está muito para além do programa de ajustamento que agora se irá concluir", fez questão de salientar.
 

   





 

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