Governo está atento aos sinais da sociedade, diz Aguiar Branco
“Só em ditaduras é que não há manifestações”, afirma o ministro da Defesa.
Algumas centenas de pessoas chegaram pelas 16h30 de hoje ao Palácio de Belém, em Lisboa, numa manifestação da CGTP-IN convocada para protestar contra aquilo que a estrutura sindical considera ser um “programa de agressão”.
Em declarações aos jornalistas em Arganil, o governante referiu que “as manifestações são um exercício legítimo do direito à crítica” e que “só em ditaduras é que não há manifestações”.
“O Governo já mostrou, aliás, em algumas situações, que está atento a esses sinais que vêm da sociedade e tenta encontrar o ponto de equilíbrio para a sua actuação. E esse é o exercício normal da democracia”, sublinhou.
Aguiar Branco admitiu que todos os portugueses têm passado “por momentos de dificuldade”, que levam ao descontentamento visível nas manifestações.
“Eu próprio, como ministro, preferia ter uma situação orçamental melhor, ter a possibilidade de ter mais recursos para fazer as políticas de outro modo”, referiu.
Lembrou que, no entanto, Portugal tem um programa de ajustamento a cumprir para conseguir resgatar a soberania e restaurar as contas públicas de forma sustentável.
“Isso tem um horizonte. O programa é para três anos e nós estamos a 20 meses do termo. É provável, é desejável, e o Governo trabalha para isso, que cumprindo o programa, nós consigamos ter uma situação mais favorável”, acrescentou.
Aguiar Branco esteve hoje em Arganil a presidir à sessão solene de atribuição de medalhas de ouro do concelho à social-democrata e antiga ministra das Finanças Manuela Ferreira Leite, ao ex-presidente do Sporting Dias da Cunha e ao antigo autarca Armando Cosme.
Durante o seu discurso, o governante elogiou Manuela Ferreira Leite e disse que, se Portugal tivesse depositado o seu voto de confiança nela como primeira-ministra, “a história teria sido escrita de uma outra maneira e de uma maneira muito mais positiva”.
“Seguramente não estaríamos a passar o que estamos a passar hoje, seguramente não teríamos tido as ilusões confrontadas com a realidade dura a que o país teve que assistir e seguramente estaríamos numa situação em que o equilíbrio das contas públicas seria diferente”, considerou.