Costa reclama “melhores resultados alguma vez alcançados por um partido” nas autárquicas em Lisboa

Desta vez, o “PS mais” alcançou a maioria não só na câmara, mas também na assembleia municipal, e conquistou a maior parte das juntas de freguesia da cidade.

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Daniel Rocha

"Pela primeira vez, conquistámos a maioria não só na câmara, mas também na assembleia municipal”, disse, acrescentando que apesar de a contagem de votos ainda não ter terminado era já certo que a sua candidatura tinha vencido “a maioria” das 24 juntas de freguesia da capital. Entre elas, as de Santa Maria Maior, Alcântara, São Vicente, Arroios, São Domingos de Benfica, Lumiar e Benfica. Boa parte destas freguesias foi conquistada ao PSD.

As primeiras palavras de António Costa foram para os seus adversários, que congratulou pelo contributo para “uma campanha que decorreu com uma elevação ímpar”. Depois, o autarca dirigiu-se a quem votou nele: “Quero saudar com uma enorme afectividade os eleitores da cidade de Lisboa, que pela terceira vez consecutiva me elegeram presidente da câmara”, disse António Costa.

O autarca não perdeu a oportunidade de criticar “a desvalorização mediática inaceitável” desta campanha eleitoral, louvando que aqueles que votaram em todo o país não se tenham deixado vencer por isso ou pelo “desânimo” que se faz sentir neste “momento de crise tão grave”. No seu discurso, houve também uma palavra para os partidos políticos, que em sua opinião “têm de reflectir” sobre aspectos como “a sua abertura à sociedade, aos movimentos, aos cidadãos”. 

Tal como tinha feito antes dele Helena Roseta, cabeça de lista à assembleia municipal, também António Costa afirmou que o resultado alcançado em Lisboa é obra de “uma maioria plural”, a que chamou “PS mais”. O presidente reeleito frisou que esta foi “uma vitória clara, inequívoca e reforçada”.

“Estamos contentes, estamos muito contentes, temos direito de estar contentes”, disse, arrancando gargalhadas e palmas dos apoiantes que encheram a sala na cave do Hotel Altis. António Costa garantiu que essa alegria “não enfraquece a determinação” para concretizar o programa da sua candidatura, deixando antever aquela que será uma das suas principais batalhas nos próximos quatro anos: “Os transportes públicos têm de ser tirados das mãos do Governo”, defendeu, numa afirmação que foi entusiasticamente recebida pela assistência.

Já Fernando Seara assumiu cedo, pouco passava das 20h30, a sua derrota. “A responsabilidade é exclusivamente minha, fui eu que falhei. Assumo a responsabilidade. Quando se perde, perde-se sozinho, quando se ganha, ganham todos. Não transfiro responsabilidades para ninguém”, disse o candidato da coligação Sentir Lisboa (PSD/CDS/MPT).

Numa sala parcialmente cheia de apoiantes, Fernando Seara assegurou que vai cumprir o mandato de vereador na Câmara de Lisboa, onde promete defender as propostas que apresentou na campanha eleitoral, nomeadamente o apoio social aos idosos, e fiscalizar a acção da maioria socialista.

“Estarei atento e vigilante. Contem com empenho, fiscalização e trabalho em defesa de Lisboa e dos lisboetas. Nenhum dos votos que recebemos por parte do eleitorado que em nós confiou será perdido. Todas as propostas serão objecto da mais intrépida defesa nos órgãos municipais”, garantiu o ainda presidente da Câmara de Sintra.

O social-democrata disse também ter “assumido conscientemente os custos” de liderar uma campanha apoiada pelos partidos no Governo, numa altura de grande descontentamento. “Foi um risco assumido, mas nunca fomos hipócritas”, afirmou Fernando Seara, que voltou ontem a criticar a falta de cobertura televisiva na campanha autárquica.

Pouco depois da meia-noite, ainda era incerto se a CDU conseguiria eleger um segundo vereador em Lisboa, feito alcançado em 2007 e em 2005, mas não repetido em 2009. Ao início da noite, João Ferreira, cabeça de lista à câmara, afirmava que a meta estabelecida pela coligação, que era aumentar a sua percentagem de votos na capital, tinha sido atingida.  

“Era um objectivo que tínhamos e foi alcançado, o que confirma o muito bom acolhimento que sentimos durante a campanha e terá expressão num reforço da CDU em Lisboa", afirmou João Ferreira. Questionado sobre se vai deixar Bruxelas, o eurodeputado negou tal cenário, afirmando que assumirá, de qualquer forma, o posto de vereador em Lisboa.
Cada vez mais distante parecia a eleição do bloquista João Semedo em Lisboa. Em 2009, o partido alcançou pouco mais de 4,5% dos votos, votação que foi insuficiente para eleger Luís Fazenda. Desta vez, as informações oficiais divulgadas pela Direcção-Geral da Administração Interna pelas 00h15 deixavam em aberto a hipótese de um resultado ainda pior do que esse. com Lusa
 
 
 
 
 

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