CGTP marca concentração para dia da votação do programa de Governo

Intersindical anuncia manifestação para a porta da Assembleia da República em defesa de "outro Governo que respeite os trabalhadores". Data da concentração irá coincidir com previsível "chumbo" do programa do executivo PSD/CDS e provável apresentação do acordo das esquerdas.

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Arménio Carlos Foto: Rui Gaudêncio

A CGTP anunciou esta quarta-feira a realização de uma concentração junto à Assembleia da República, em Lisboa, para o dia em que serão votadas as moções de rejeição ao Governo já anunciadas. O anúncio foi feito pelo secretário-geral da central, Arménio Carlos, em conferência de imprensa no final de uma reunião da comissão executiva.

A CGTP "decidiu convocar uma concentração na Assembleia da República para o dia em que serão votadas as moções de rejeição já anunciadas [pelo PS, PCP e BE], e reafirmar a recusa popular e a determinação de fazer com que este seja o último programa de Governo da autoria da coligação PSD/CDS", referiu Arménio Carlos.

Com esta concentração, a Inter pretende "exigir resposta positiva às reivindicações dos trabalhadores e das populações e reclamar uma alternativa política que afirme os direitos, os valores e as conquistas de Abril", disse o dirigente sindical.

"Estaremos lá para, não só reafirmar o nosso apoio a essa rejeição de forma a pôr termo definitivo à manutenção da coligação PSD/CDS no Governo, como para reafirmar a apresentação das nossas propostas e reivindicações para que a eventual alternativa que se vier a constituir tenha presente que há sindicatos e que a CGTP tem propostas e soluções", afirmou Arménio Carlos.

No entender do líder da CGTP, há alternativas a um Governo de coligação, que defendeu a necessidade de "uma política que coloque os trabalhadores, o povo e o país como referências centrais do desenvolvimento da economia e do progresso social.

"Nós não aceitamos que se passe a ideia que este país não tem futuro [...] Há outras opções e para quem dizia que as opções eram só dirigidas num sentido, respeitando os que estão no poder e as exigências que vinham de fora, há outra hipótese de encontrar um rumo diferente", considerou Arménio Carlos.

Qualquer que seja o Governo, Arménio Carlos afirmou que a CGTP estará "disponível para negociar e acertar posições" e que a central continuará a apresentar as suas propostas e reivindicações, esperando que "se o conteúdo de um eventual acordo se verificar ao nível do parlamento, este venha de encontro às propostas" da central.

"Neste quadro, faz todo o sentido encontrar uma plataforma mínima de medidas susceptíveis de concentrar as atenções naquilo que para nós é essencial: retirar o PSD/CDS do Governo e colocar um outro Governo que respeite os trabalhadores", assinalou.

Lembrando as diversas formas de luta que a CGTP tem levado a cabo contra a austeridade, Arménio Carlos rematou: " Estamos à beira da meta e o sprint final pode ser esta concentração".