Cerca de 100 elementos do BE questionam escolha de deputada
Militantes descontentes com escolha de Mariana Mortágua para o lugar de Ana Drago.
“Tomámos conhecimento, com profundo desagrado, através de uma nota enviada pelo Secretariado da Comissão Política (CP) aos membros da Mesa Nacional (MN), que o Secretariado da CP decidiu interferir na ordem da lista, sufragada em plenário distrital, MN e eleições nacionais, do círculo de Lisboa do BE à Assembleia da República”, lê-se numa carta enviada aos responsáveis do BE e à qual a Lusa teve acesso nesta segunda-feira.
Os subscritores da missiva dizem não entender “a renúncia maciça orientada por um critério tecnocrata (ser economista) dos candidatos de uma lista a órgãos nacionais” e acusam a Comissão Política de ir “muito além das suas atribuições”.
Contactada pela Lusa, fonte do BE confirmou que Mariana Mortágua foi considerada como o elemento que “melhor serviria os interesses do partido na Assembleia da República, em virtude dos seus conhecimentos na área da Economia”, algo que se vinha “a fazer sentir desde a saída de Francisco Louçã”.
“Perante a informação de que o processo de renúncia dos nove candidatos na lista não terá sido pacífico, parece-nos imprescindível que se conheçam as razões desses protestos e os argumentos utilizados para os demover, já que se pressupõe que todos terão aceitado renunciar ao mandato”, continua o texto.
O grupo contestatário classifica o sucedido como “nada transparente” e afirma que, “politicamente, não pode um partido de esquerda ter ‘quotas de técnicos’ desta ou daquela área” na carta enviada à Comissão Política, à Comissão de Direitos e à Mesa Nacional bloquistas.