CDS adia ajuste de contas com Portas e empenha-se numa solução para o país
Conselho Nacional desta segunda-feira à noite vai decidir desconvocação do Congresso do partido e analisar a situação política.
“Esta é a altura do patriotismo, é a altura de todas as forças políticas envolvidas no acordo de ‘salvação nacional’ proposto pelo Presidente da República, PS, PSD e CDS, se entenderem para alcançar um compromisso para o país”, defendeu Pedro Pestana Basto antes do início da reunião do Conselho Nacional do partido.
Quanto às razões que levaram o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros (e também líder do CDS) a pedir a demissão do cargo sem ter consultado o partido, Pestana Bastos, que faz parte do Movimento Alternativa e Responsabilidade (MAR), a corrente de oposição interna do partido, diz que “essas contas ficam para o congresso, adiado pela segunda vez, agora para depois das eleições autárquicas.
O eurodeputado Diogo Feio considera que “este é claramente o momento para que as negociações possam decorrer da melhor maneira com vista a um bom resultado”. “Neste momento a minha preocupação é que haja uma negociação que corra bem porque isso é bom para o país e depois disso será marcado um congresso”, declarou, advertindo que “não vale a pena fazer muita turbulência dentro dos partidos”.
Posição diferente tem o ex-líder do partido. O deputado Ribeiro e Castro responsabiliza Paulo Portas pela crise em que mergulhou o partido e o CDS e confessa não se lembrar de “uma crise tão grave quanto esta”. “Não sou eu que o digo, são os factos. Se ele não tivesse apresentado a demissão sem consultar o partido, não estávamos nesta crise”, declarou antes de participar no Conselho Nacional.
Também o conselheiro nacional Pedro Melo, do MAR, entende que ”o CDS tem de se focar naquilo que é importante e, neste momento, o mais importante é contribuir seriamente para uma solução da crise política (…) e que foi iniciada pela demissão de Vítor Gaspar, muito agravada pela demissão do dr. Paulo Portas e prolongada pelo senhor Presidente da República”.
Ao PÚBLICO, Pedro Melo diz que o “país que ainda dá algum crédito à classe política está cansado de jogos tácticos e aspira a soluções concretas e credíveis e por protagonistas responsáveis”.