Cavaco vai torcer pelo Benfica
Presidente da República, em visita oficial na China, diz que o clube fez um trajecto “para merecer” a vitória.
“O clube fez um trajecto para merecer essa vitória. Mas não será fácil para mim, atendendo à agenda que tenho amanhã e ao jet lag, assistir ao jogo [19h45 em Lisboa, 6h da madrugada em Pequim]. Mas partilho a esperança dos portugueses que a taça venha para Portugal”, disse Cavaco Silva. “O clube merece e honra o futebol português”, acrescentou.
“Já me perguntaram bastante sobre o Ronaldo e eu já tive de aprender a dizer Ronaldo em chinês: C. Luo”, começou por dizer Cavaco Silva ao ser inquirido sobre quais eram as suas expectativas sobre o jogo desta noite, em que o Benfica defronta o Sevilha.
As declarações foram proferidas hoje ao final da manhã pelo Presidente da República, numa conversa com os jornalistas que acompanham a sua visita oficial à China.
“Em conversas sobre futebol, já tive ocasião de dizer que Portugal, tendo em conta países da sua dimensão, é aquele que tem alcançado os melhores resultados nos campeonatos europeus e mundiais”.
Para Cavaco Silva, “no Brasil vão estar três selecções com treinadores portugueses. Um país de dez milhões de habitantes é uma potência futebolística”. O Presidente da República contou ainda que o presidente da Câmara de Xangai lhe disse que os clubes da região “estavam um pouco cá para baixo e precisavam de treinadores portugueses".
Várias pessoas da comitiva já declararem que vão acordar às três da manhã (hora de Pequim) para assistir à partida de futebol que pode dar a 3.ª taça europeia ao Benfica. O Presidente da República parte ao final da tarde de hoje para Pequim, onde vai manter nos próximos dois dias contactos políticos ao mais alto nível.
Cavaco Silva observou que desde 1994 a Ásia é uma prioridade sua, dado, por exemplo, os níveis de crescimento económico e de poupança. Por esse motivo, considerou a visita à China, onde chegou na segunda-feira, a mais importante de sempre, tendo sido realizado “um esforço muito grande, económico, empresarial, científico e de promoção da língua”, o que está expresso na comitiva que o acompanha com “mais de 100 empresários de topo” e com reuniões “com os presidentes das grandes empresas chinesas”.
Inquirido sobre a saída limpa da troika e as projecções de abstenção nas eleições europeias, afirmou que não podia, nem devia, comentar os temas, por estar numa missão no estrangeiro, mas que ia “competir com o final da Liga dos Campeões” [entre o Real Madrid e o Atlético de Madrid], que se realiza em Lisboa, no estádio da Luz, no sábado, pois ia falar ao país, como sempre faz nas vésperas das eleições.
“Vou fazer uma intervenção na véspera das eleições europeias e logo verei se sou competitivo em relação ao jogo”, declarou.
E deixou a pergunta: “O que é que os portugueses pensariam se o Presidente da República fosse para o estrangeiro projectar uma imagem negativa em relação ao futuro do nosso país?”.
“É preciso insistir e respeitar a autonomia dos partidos”, disse, ao ser instado a comentar a crispação partidária que se verifica actualmente em Portugal, o que contraria os seus apelos ao consenso entre forças politicas.