Cavaco defende “concertação aprofundada” entre o Presidente e o Governo

No balanço de quatro dias de visita oficial à Noruega, o Presidente da República defendeu que a “sintonia” com o Governo é a única forma de “defender os interesses do país”.

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Cavaco Silva Miguel Madeira/Arquivo

Cavaco começou por considerar que “a defesa dos interesses de Portugal no plano externo é uma das funções mais importantes do Presidente da República nos tempos que correm”. Na Noruega, essa “defesa” passou por vários contactos institucionais (com o Rei Harald V e com a primeira-ministra), mas também pelas reuniões que juntaram, a caminho desta ilha, investigadores, ministros (Assunção Cristas e Moreira da Silva) e empresários ligados à “economia azul”, todos no mesmo barco. “Fui chamado a participar e a intervir em dois seminários orientados para a investigação e a biotecnologia marinha, fui chamado a participar em dois encontros com empresários e a intervir nesses encontros, orientados para a energia, para o investimento e para as relações comerciais”.

A “sintonia” com o Governo foi enaltecida nestes termos: “Fui acompanhado por quatro ministros e os ministros, nas suas intervenções, nos seus contactos com os seus colegas, tinham de expressar posições convergentes com a do Presidente da República. Sem essa sintonia não há possibilidade de defender os interesses do país no plano externo.”

O grande tema desta visita oficial foi a economia do mar. Cavaco sublinhou que “Portugal é per capita um dos maiores consumidores de peixe no mundo": "Penso que é o terceiro consumidor per capita, mas no entanto nós temos de importar mais de metade do peixe que consumimos. Por isso nós temos de apostar outra vez no desenvolvimento da aquacultura. Temos de ser capazes de dar o passo em frente. Precisamos de empreendedores nessa área, precisamos de investimento nessa área, precisamos de conhecimento e precisamos de investigadores nessa área, razão pela qual estou aqui”.

Em defesa da aquacultura, Cavaco Silva reforçou que “temos condições adequadas” apesar de em Portugal não haver “os fiordes que existem na região de Bergen”. No entanto, existe “uma tecnologia que os noruegueses dominam que pode ser aplicada em Portugal”.

“Por isso eu espero bem que em resultado desta visita se possa aprofundar a cooperação no domínio da biotecnologia marinha e no domínio dos negócios do pescado. Não podemos deixar de registar que não há quase norueguês que não conheça a palavra bacalhau.”

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