Cavaco apela a entendimentos para que Portugal se afirme como "país previsível"
Um apelo feito mesmo depois do PSD, CDS e PS não terem chegado a acordo após as negociações que decorreram durante seis dias.
“Para que o país seja visto como um país previsível, um país que conduz políticas económicas sustentáveis, em particular no domínio da dívida pública, do endividamento externo e do crescimento económico”, sustentou, em Mondim de Basto.
Durante a cerimónia de inauguração da Biblioteca Municipal de Mondim de Basto, Cavaco Silva centrou o seu discurso no apelo a um entendimento entre as principais forças políticas.
Um apelo feito mesmo depois do PSD, CDS e PS não terem chegado a acordo após as negociações que decorreram durante seis dias.
“Era importante, mesmo agora, depois de não ter sido possível o entendimento entre os partidos, aprofundar o diálogo”, afirmou já em declarações aos jornalistas.
Cavaco Silva acredita mesmo que as muitas horas de diálogo entre os três partidos deixaram “muitas sementes” que “produzirão frutos no futuro”.
“Portugal não deve ser visto como um país que está sempre a mudar de rumo, umas vezes avança e outras vezes recua, umas vezes vive a euforia do consumo e outras vezes em dura austeridade”, frisou.
O Presidente da República acrescentou ainda que é preciso mostrar à Europa e ao mundo que o país “tem um rumo” e que “nas questões fundamentais não está sempre a mudar”.
Fez também questão de enumerar as vantagens do “consenso e compromisso”, as quais considera que passam pela força para “negociar com as instituições internacionais”, “aumento do clima de confiança entre os empreendedores e investidores” e a maior facilidade em negociar os financiamentos que o Estado e a economia portuguesa em condições mais favoráveis”.
Enquanto discursava, Cavaco Silva olhava através da janela para o Monte Farinha, onde se efectua a subida à Senhora da Graça na Volta a Portugal em bicicleta.
Inspirado pela paisagem, o Presidente da República comparou o esforço dos ciclistas na subida acentuada com o esforço que os portugueses têm que fazer para ultrapassar as dificuldades. "Já percorremos um caminho e não queremos desperdiçar aquilo que já fizemos. Queremos chegar até à meta para depois iniciarmos uma nova etapa", frisou.