Carta ao primeiríssimo primeiro-ministro
Todos sabíamos que a situação em Portugal estava como estava, só que estava como estava porque era exactamente assim que “eles” queriam que estivesse para fazerem as enormidades que todos temos de pagar. Cada dossier que se abre revela-nos responsabilidades de dimensões bíblicas, cuja gravidade deixou de parecer a que era, porque não é excepção. Vulgarizou-se.
Sr. primeiro primeiro-ministro, desde que o senhor é o primeiríssimo primeiro-ministro que se nos apresenta a falar uma língua que se entende, a fazer coisas com sentido, a pedir genuinamente às pessoas que se deixem de pieguices porque é finalmente isso que entendemos. Pode não se concordar ou achar pouco o que faz, mas percebe-se o que diz, o que quer, o que não quer. As medidas que toma são de puro senso comum de alguém que tem um projecto. O seu olhar não é um esgar vítreo, vago, perverso e socialisticamente calculista. É diferente. É muito Melhor.
É sabido que os entes abençoados que escolheu para mandar nas Finanças, na Saúde, na Educação, na Justiça, na Agricultura, e noutros, herdaram ministérios em tal estado calamitoso que, fazendo o que fazem é de os elevar à condição de heróis por se terem entregado ao “serviço” e não fugido em direcção a chorudas remunerações. Obrigado, sr. primeiro primeiro-ministro. Obrigado, mesmo, a todo o seu ministério.
Ao Pinto de Sousa deixaram-no ir longe de mais, pelo que regredir vai ser ciclópico.
A máquina do Estado e do partido soareiro passaram a ser afanosamente orientados para o embuste, desenvolvendo um polvo de que todos dependemos, sem defesa, e sob uma censura científica como não há memória.
Com a “falperra” institucionalizada, tudo passou a ser legítimo. A mentira um direito adquirido, passando a ser tão “legal” como a verdade. Pior era difícil.
Quase todos os portugueses lhe pedem que continue a ter a mesma coragem com que começou. A tratar este socialismo serôdio e criminoso, finalmente, como ele merece. Porque a última coisa que esta gente quer é um Portugal próspero, organizado e sem aquilo de que se alimenta: a pobreza.
Os da constituição e do aparelhismo do Estado aí estão, intactos, e com uma pressa desbragada de o derrubar, ignorando que perderam as eleições exactamente por nos termos fartado que o nosso país fosse organizado pelo “bando” de abutres, senis e insaciáveis de sempre.
Senhor primeiro primeiro-ministro, dr. Pedro Passos Coelho, como sabe infinitamente melhor do que eu, a agenda destes terroristas, em desespero, consiste em recuperar o poder à custa seja do que for. Dizia-me alguém que pouco haverá a fazer contra a falta de vergonha; mas há: coragem. E o senhor tem-na de sobra.
Cronista