Carlos Abreu Amorim admite abandonar vida política após derrota em Gaia

Candidato da coligação PSD/CDS-PP ficou em segundo lugar, com perto de metade dos votos do PS.

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Carlos Abreu Amorim com Marco António Costa, na apresentação da sua candidatura, em Abril Fernando Veludo/nFACTOS
“Eu não fui capaz de unir o eleitorado natural da coligação Gaia na Frente e portanto tenho de fazer uma reflexão profunda sobre se continuo na vida política ou se regresso à minha vida académica”, afirmou o deputado que nas eleições de domingo conseguiu apenas 19,97% dos votos, contra 38,15% do PS.
Carlos Abreu Amorim, que esteve esta quarta-feira na Assembleia da República, na qual é deputado, admitiu que “todas as carreiras académicas [e] políticas têm altos e baixos”, mas “não se deve decidir a quente”. “Por isso é que não digo já o que vou fazer porque acho que devo deixar passar alguns dias”, explicou.

O social-democrata já decidiu, porém, que não ficará em Gaia para assumir o cargo de vereador, referindo ter-se candidatado “com um projecto de governação [que] foi claramente rejeitado”.

“Julgo que não seria coerente com esse projecto eu aceitar agora o lugar de vereador sem pelouro, sem pasta, sem oportunidade de pôr em prática as minhas ideias”, justificou Abreu Amorim para quem “os políticos, todos eles, devem saber ver quando o eleitorado pura e simplesmente não aceita ou rejeita as suas propostas”.

“Há um juízo pessoal e o juízo pessoal é que as minhas propostas não foram aceites, foram recusadas e portanto eu devo agir em conformidade”, continuou.

O deputado lembrou ter ficado “em segundo lugar mas a uma distância muito grande do primeiro”, salientando que o eleitorado natural da coligação “fendeu-se”. “Os votos da coligação Gaia na Frente e do independente dão a vitória, mas julgo que teria havido uma dinâmica de vitória imparável para o eleitorado natural que tem sido o da coligação e que se dividiu em dois”, referiu.