Campanha do PSD protagonizada por Marco António Costa com PS como alvo
Resumo da campanha eleitoral.
Na volta que fez pelo país, praticamente sem a presença de televisões, o porta-voz do PSD culpou a anterior governação socialista pela situação do país e acusou o actual secretário-geral do PS, António José Seguro, de fazer uma campanha de desinformação e agressividade contra o Governo.
Entre repetidos apelos à cordialidade e cooperação entre agentes políticos e órgãos de soberania a seguir às eleições, atribuiu ao PS uma atitude de demagogia, eleitoralismo, recusa do diálogo, irresponsabilidade, ocultação da história recente, omissão dos “sinais positivos” de evolução da economia e destruição da autoestima dos portugueses.
Marco António Costa tem viajado acompanhado de uma pequena estrutura: o assessor de imprensa do PSD, um motorista, por vezes, o seu chefe de gabinete, e técnicos de imagem e som do partido. A meio da campanha, justificou o facto de passar por lugares com pouco movimento de pessoas com a opção de ir onde “o resto das personalidades do PSD não teria tanta disponibilidade para se deslocar”.
A inflexibilidade e “hipocrisia institucional” que apontou ao Fundo Monetário Internacional suscitaram comentários ao longo destes dias. Confrontado com algumas reações, reafirmou essas críticas, salientando que o PSD tem voz própria.
Durante a campanha oficial, que começou a 17 de Setembro, Passos Coelho discursou em jantares-comício em Galegos de Santa Maria (Barcelos), na Malveira (Mafra), em Alcanena, onde também participou numa sessão de homenagem a autarcas em final de mandato, e em Alcobaça. Esteve ainda em Algueirão - Mem Martins, no concelho de Sintra, na única ocasião em que apareceu ao lado do presidente do CDS-PP, Paulo Portas.
Nos seus discursos, defendeu uma nova cultura democrática, falou do custo que teria uma crise política e do perigo de um novo resgate associado ao nível dos juros da dívida pública e ao chumbo de medidas de corte na despesa do Estado. Na recta final da campanha, Passos Coelho usou um tom mais optimista e sustentou que a economia portuguesa está “a dar a volta”.
Quanto a objectivos eleitorais, Passos Coelho considerou que “o PSD estabeleceu a única meta ambiciosa que podia ter nestas eleições”: obter mais câmaras do que os seus adversários, mantendo a presidência da Associação Nacional de Municípios.