Assis afastado dos órgãos nacionais do PS

Cabeça de lista do PS ao Parlamento Europeu abandona zangado o congresso por não ter sido convidado a integrar nenhum dos órgãos do partido.

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Assis critica duramente o Bloco de Esquerda Adriano Miranda

Ao início da noite, o eurodeputado decidiu abandonar o congresso pelo facto de ninguém por parte da mesa do congresso lhe ter dado nenhuma indicação sobre a hora em que discursaria. Segundo a Lusa, Francisco Assis foi inscrito por um seu colaborador, Afonso Abreu, ao fim da manhã deste sábado, após a sessão inaugural do congresso.

De acordo com uma fonte afecta à anterior direcção do partido, mais do que qualquer questão com o processo de elaboração das listas para os órgãos nacionais, Francisaco Assis diverge do caminho político que tem sido traçado por alguns dos principais dirigentes da equipa do novo secretário-geral. Exemplos? Caso do líder parlamentar, Ferro Rodrigues, e do presidente da federação distrital de Aveiro e vice-presidente do grupo parlamentar, Pedro Nuno Santos.

A uma semana do congresso, o cabeça de lista do PS às eleições europeias envolveu-se numa polémica ao defender um entendimento preferencial com o PSD em caso de o PS não obter nas eleições legislativas maioria absoluta, uma posição que não agradou a António Costa.

Ferro Rodrigues defendeu na sua intervenção no congresso que entendimentos com o PSD teriam como consequência um reforço dos populismos no país.

Após a interrupção dos trabalhos para jantar, Assis abandonou a FIL e já não participará no encerramento da reunião magna socialista, marcada para este domingo.

À saída do recinto do congresso, Francisco Assis disse ao PÚBLICO que não iria discursar e que estava de partida para apanhar o avião de regresso ao Porto, alegando motivos de natureza pessoal para não estar na sessão de encerramento.

A meio da manhã, à chegada ao XX Congresso do PS, o ex-líder da bancada parlamentar do PS defendeu à RTP a possibilidade de se equacionar uma candidatura de Jaime Gama à Presidência da República.

Segundo a Lusa, Francisco Assis terá discordado de alguns discursos proferidos ao longo da tarde, em particular do do líder parlamentar, que considerou que entendimentos com partidos à direita dos socialistas, designadamente com o PSD, apenas serviriam para reforçar os populismos. 

Francisco Assis defende antes a tese de que "discursos de fantasia de esquerda" é que podem favorecer a emergência de populismos.

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