Apesar do crescimento do PIB, Marques Guedes avisa que é preciso “prudência”

Ministro diz que números positivos do PIB e da diminuição do desemprego “são sinais” positivos, mas o esforço é para “manter” até depois da saída da troika, em Junho.

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“A economia ressente-se de uma situação tão grave”, afirmou o ministro Marques Guedes DANIEL ROCHA

Luís Marques Guedes, que falava na conferência de imprensa no final da reunião do Conselho de Ministros, lembrou que os dados do INE sobre o PIB vão na mesma linha dos revelados há dias sobre a evolução da taxa de desemprego, que desceu 1,3 pontos percentuais do primeiro para o segundo trimestre deste ano.

Porém, avisou o ministro, “é preciso olhar para isto com prudência”, ainda que, realçou, Portugal, “em termos de crescimento em cadeia, conseguiu do primeiro para o segundo trimestre aparentemente o melhor resultado dentro da União Europeia”. “É um resultado que compara bem com aquele que tem vindo a ser conseguido a nível europeu e coloca-nos já num patamar a par ou pelo menos com evoluções próximas de países como a Espanha, Itália e Holanda, que é exactamente aquilo que Portugal procura”, fez questão de realçar Marques Guedes.

“Trata-se de sinais”, reforçou depois, “que demonstram que faz sentido o caminho que tem vindo a ser percorrido, dá sentido aos esforços dos portugueses e das empresas”. Mas Luís Marques Guedes também avisou que “é preciso continuar a trabalhar afincadamente para que estes resultados se consolidem, ganhem consistência e que 2014 possa ser um ano de estabilização da economia”.

Questionado sobre se os cortes que o Orçamento para 2014 terá que incluir não comprometem esses bons resultados dos últimos meses, o ministro não falou directamente sobre o impacto que o OE pode ter na actividade económica, preferindo vincar que “a necessidade de rigor e de esforço vai para além do próprio programa de ajustamento”, que termina em Junho do próximo ano.

“O OE2014 é uma peça muito importante relativamente a este processo de ajustamento e à criação de condições de sustentabilidade para o futuro que desejamos de estabilização já em 2014 e de criação de condições para o crescimento sustentável daí para a frente”, acrescentou Marques Guedes. Por isso, será preciso “manter esse esforço” e não se poderá “abrandar na exigência com a consolidação orçamental e com o rigor das despesas, que têm que bater certo com as possibilidades e as receitas do país”.

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