Apesar do crescimento do PIB, Marques Guedes avisa que é preciso “prudência”
Ministro diz que números positivos do PIB e da diminuição do desemprego “são sinais” positivos, mas o esforço é para “manter” até depois da saída da troika, em Junho.
Luís Marques Guedes, que falava na conferência de imprensa no final da reunião do Conselho de Ministros, lembrou que os dados do INE sobre o PIB vão na mesma linha dos revelados há dias sobre a evolução da taxa de desemprego, que desceu 1,3 pontos percentuais do primeiro para o segundo trimestre deste ano.
Porém, avisou o ministro, “é preciso olhar para isto com prudência”, ainda que, realçou, Portugal, “em termos de crescimento em cadeia, conseguiu do primeiro para o segundo trimestre aparentemente o melhor resultado dentro da União Europeia”. “É um resultado que compara bem com aquele que tem vindo a ser conseguido a nível europeu e coloca-nos já num patamar a par ou pelo menos com evoluções próximas de países como a Espanha, Itália e Holanda, que é exactamente aquilo que Portugal procura”, fez questão de realçar Marques Guedes.
“Trata-se de sinais”, reforçou depois, “que demonstram que faz sentido o caminho que tem vindo a ser percorrido, dá sentido aos esforços dos portugueses e das empresas”. Mas Luís Marques Guedes também avisou que “é preciso continuar a trabalhar afincadamente para que estes resultados se consolidem, ganhem consistência e que 2014 possa ser um ano de estabilização da economia”.
Questionado sobre se os cortes que o Orçamento para 2014 terá que incluir não comprometem esses bons resultados dos últimos meses, o ministro não falou directamente sobre o impacto que o OE pode ter na actividade económica, preferindo vincar que “a necessidade de rigor e de esforço vai para além do próprio programa de ajustamento”, que termina em Junho do próximo ano.
“O OE2014 é uma peça muito importante relativamente a este processo de ajustamento e à criação de condições de sustentabilidade para o futuro que desejamos de estabilização já em 2014 e de criação de condições para o crescimento sustentável daí para a frente”, acrescentou Marques Guedes. Por isso, será preciso “manter esse esforço” e não se poderá “abrandar na exigência com a consolidação orçamental e com o rigor das despesas, que têm que bater certo com as possibilidades e as receitas do país”.