“2014 foi o ano da viragem” em Portugal, diz Cavaco aos emigrantes em França

Presidente da República elogiou as qualidades da comunidade portuguesa, “trabalhadora, bem integrada, que não cria problemas”.

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Mesmo numa conferência de imprensa com o Presidente búlgaro, Cavaco Silva fez questão de sublinhar o teor de alguns recados que tem deixado à oposição de esquerda. Nuno Ferreira Santos

Em 2014, Portugal “cumpriu todos os seus compromissos com as entidades internacionais na sequência do empréstimo que lhe foi feito. Não necessitou de um segundo resgate. Conquistou a credibilidade dos mercados, consegue hoje financiar-se a relativamente facilidade a taxas de juro baixas para satisfazer as suas necessidades”, descreveu o Presidente da República numa intervenção na residência da embaixada de Portugal em Paris.

Usando um tom didáctico, como quem conta uma história, acrescentou: “Foi o ano em que a economia começou a crescer. Começámos a criar emprego, o desemprego começou a baixar. Equilibrámos as nossas contas externas, baixámos significativamente o défice das contas públicas, as nossas exportações aumentaram substancialmente.” E depois elogiou: “Os nossos empresários e trabalhadores demonstraram uma garra que os levou a enfrentar as fragilidades da procura e do consumo interno e foram para mercados internacionais, muitos deles fora do espaço da Europa.”

Cavaco Silva afirmou que Portugal conta com as comunidades emigrantes para ajudarem o país nesta “nova fase de consolidação de uma trajectória de aproximação aos níveis de desenvolvimento da União Europeia”. Como? “Projectando um Portugal positivo, moderno, dinâmico, dando a conhecer a qualidade dos nossos produtos, identificando as belezas da nossa terra, a nossa riqueza cultural, a nossa riqueza histórica, levando mais franceses a visitarem Portugal.”

Porque Portugal é, segundo um “instituto bem conhecido inglês”, um dos 30 países “mais prósperos do mundo” - e o mundo tem mais de 190 países, lembrou o Presidente.

O chefe de Estado começara por elogiar a comunidade portuguesa em França, que conta com mais de um milhão de pessoas registadas, mas acredita-se que o número seja na realidade mais elevado. “Sempre foi uma comunidade de referência, dinâmica, bem integrada na sociedade, com um espírito solidário de entreajuda”, apontou Cavaco Silva. Que contou que as entidades governamentais lhe transmitem que a comunidade portuguesa “não cria problemas, é bem-vinda e trabalhadora”.

Nos últimos 50 anos, essa comunidade “cresceu, diversificou-se, e acima de tudo ganhou influência e visibilidade nos mais variados domínios: na política, na vida cívica, ganhou influência na economia, e também na cultura, mas nunca perdeu a sua ligação a Portugal”. O Presidente lembrou que há muitos portugueses ou luso-descendentes em lugares de destaque em municipalidades e regiões, outros que são empresários de sucesso que contribuem para o crescimento económico da França.

Essa boa imagem da comunidade tem também ajudado Portugal: há cerca de 600 empresas francesas com “investimentos significativos” no país , “criando milhares e milhares de empregos”, que ali investem devido à boa reputação e ao respeito que têm pelos portugueses.

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