Viver entroikado – uma sessão de karaoke e um piquenique para a unidade do PS

Mas como a unidade é uma coisa bonita e como ambos estão dispostos a fingir que a vão tentar, aqui se deixam algumas iniciativas que a família socialista pode realizar nessa busca de harmonia impossível.

Podiam começar com uma sessão colectiva de karaoke. Montava-se a maquineta das cantigas numa sala do Largo do Rato e cada um dos participantes escolhia uma música. Por exemplo, Seguro podia cantar o Me Engana Que Eu Gosto, interpretado pela brasileira Wanessa Camargo. O refrão é inspirador: “Me engana assim/ Que eu gosto/ Diz que me ama/ Que eu te adoro/ Pede, com jeitinho/ Um beijo e eu te dou.”

Costa faria um brilharete no folguedo socialista se cantasse o Always On My Mind, na versão Elvis Presley: “Talvez eu não te tenha tratado tão bem quanto deveria/ Talvez eu não te tenha amado tantas vezes quanto poderia/ Pequenas coisas que eu deveria ter dito e feito/Eu simplesmente nunca me dei ao trabalho/ Estás sempre no meu pensamento.”

José Lello e Pedro Silva Pereira podiam contribuir com um dueto. Um fazia de Tony de Matos e outro de António Mourão e avançavam com o sucesso Ó Tempo, Volta pra Trás. O refrão reza assim: “Ó tempo, volta pra trás/ Dá-me tudo o que eu perdi/ Tem pena e dá-me a vida/ A vida que eu já vivi/ Ó tempo, volta pra trás/ Mata as minhas esperanças vãs/ Vê que até o próprio sol/ Volta todas as manhãs.”

Com almas socialistas mais calmas, podiam a seguir tratar do corpo. Que tal um piquenique nos bonitos jardins do Rato? José Lello levaria o seu conhecido conjunto de facas para trinchar as carnes e Silva Pereira os melões e o doce das viúvas, uma especialidade de Trás-os-Montes.

Sendo conhecido o apreço que os socialistas têm por doces, Costa e Seguro contribuíam com umas especialidades conventuais variadas.

O presidente da Câmara de Lisboa apresentaria umas papas doces de carolo, do Minho, uns tabefes, do Douro Litoral, e mexericos de freiras, em representação da Madeira.

Já o secretário-geral do PS encantaria o repasto socialista com uma selecção que não ficaria atrás da de Costa: pão podre (Douro Litoral), lâminas (da Beira Alta e Beira Baixa), bolo de chavão (Alentejo) e um bolo do diabo (Açores).

A unidade pode ser uma coisa tão bonita. E como tanto gostam de dizer os socialistas: “Quanto mais a luta aquece, mais força tem o PS.”
 
 
 

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