Cartas à Directora

Soares é fixe

O jovem Mário Soares completou 90 anos de idade. Perto de três centenas de pessoas juntaram-se à sua volta, como banqueiros, políticos e revolucionários. Um verdadeiro "animal político", Mário Soares, conjuntamente com Ramalho Eanes e Jorge Sampaio, foram, na minha opinião, os três melhores Presidentes da história da Democracia. É ainda muito cedo para Mário Soares deixar a política... já em 2004 prometia fazê-lo... e, afinal, cá anda. São com homens como Mário Soares que se defende a liberdade e a democracia. Não tenho espaço para escrever mais linhas e, por isso, termino este escrito, com o devido respeito por todos os que estiveram no almoço, destacando o ex-presidente do Brasil, Fernando Henrique Cardoso, Freitas do Amaral, Adriano Moreira e Pinto Balsemão, todos eles grande políticos, e homens de agá grande que, infelizmente, vão deixando de existir!
Tomaz Albuquerque, Lisboa

Regresso ao passado

Vi e ouvi a insuspeita doutora Manuela Ferreira Leite criticar o ministro Pedro Mota Soares e, na minha modesta opinião, muito bem.
Visto que, como disse a dita senhora, e cito de cor: "Um ministro que está satisfeito por anunciar a abertura de cerca de 600 'cantinas sociais' para acudir aos pobres, é um ministro que está a passar um atestado de incompetência ao seu Governo."
E de facto, é verdade, porque estão a renascer, como cogumelos, casas para servirem a "sopa do Sidónio", (assim lhe chamavam os pobres, nos negros tempos do salazarismo) e que hoje Pedro Mota Soares chama de "cantinas sociais". Ora, mais do que incompetência, o que anunciou o ministro em causa, foi a confissão de um crime social que este Governo do PSD/CDS cometeu, ao atirar para a pobreza largos milhares de portugueses.
Perante tanta desfaçatez, não me admirará ver, um dia destes, o ministro Pedro Mota Soares anunciar na TV, com um ar de caridosa felicidade, a entrega aos pobres das fichas numeradas em alumínio (em forma de moedas) idênticas àquelas que no tempo da outra senhora (ditadura) davam a alguns pobres para terem direito à caridosa "sopa do Sidónio". Enfim, é o regresso ao passado, graças a um Governo que há muito já deveria ter abandonado o poder.
Arlindo De Jesus Costa, Odivelas

Histórias sem Natal

Acabo de topar com o título Histórias sem Natal e, nesse sentido, nas grandes superfícies, todas engalanadas e prenhes de miríades coisas sem fim, catedrais de desenfreado consumo, o Natal é só mais uma data comercial, de igual desamor a outros negros dias do dia-a-dia de milhões de seres humanos.
O Natal, como está instituído, é mais a máscara egoísta de uma sociedade a caminhar desalmadamente para o fim dos tempos.
Assim, penso que O Jesus, O Nazareno, O Defensor dos Oprimidos, O Redentor, nesses locais cheios de luzes em honra da Sua vinda para nos salvar, não passaria de um autêntico bobo da corte, alvo da chacota de todos, tal como em Canelas/VNGaia, o padre Albino Reis é alvo da enfurecida turba que o hostiliza.
E, depois deste Natal, outros virão de igual "fraternidade", ou será que estarei pessimista?

José Amaral, Vila Nova de Gaia

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