Cartas à directora

“Os Leitores Também Escrevem”

Um grupo de doze leitores “des…conhecidos” entre si e dispersos à volta de jornais de referência e títulos vários, resolveram juntarem-se sob a batuta de uma fada inspiradora e por ligação via net. Uns, mais bem dispostos, confiantes e decididos do que outros, começaram a reunir as suas intervenções e preocupações que iam e vão espalhando por cartas para os diários da informação em papel, que as colhe graciosamente. Email para aqui, email para ali, para este e mais aquele, foram combinando o desenho do projecto audaz que antes parecia coisa de malucos. E a coisa ganhou luz e forma cada vez mais, por entre sugestões e demais achegas. Os doze magníficos resistentes, sempre orientados por um querer teimoso e convicto de que o sonho é possível e a obra uma certeza, acertaram com uma Editora ideal o contrato mais fixe, trataram com dois  especialistas que se movem na área - um jornalista, J.V.Malheiros do jornal Público, e um outro, professor e investigador da U.Minho Fábio Ribeiro - que convidados a colaborar e a entrar no sonho, logo aceitaram, e agora esta equipa de 14 autores embarcados em tal aventura, provocaram o acontecimento original e único na história da relação entre jornais e leitores, que é a publicação em livro pela editora Vieira da Silva das suas cartas de intervenção e de incómodo na coisa pública, e onde o Homem é o centro de todos os apelos, gritos, lamentos, mágoas, queixumes, fraquezas e também grandezas que as há e ele as tem, sempre e quando na busca de maior justiça na Sociedade.

O Livro assim gerado por entre a dor e a paixão, ganhou rosto, corpo, e até já tem nome - "Os Leitores Também Escrevem". A sua apresentação está programada para hoje dia 24 às 16 horas no Hotel Real Palácio em Lisboa, e no Porto na UNICEPE pelas 17h30 do dia 18 de dezº, pelo que convidamos todos os que se interessam por este e outros gestos de cidadania, a comparecer, participar e adquirir a Obra ímpar, como não há exemplo. Esperamos que todos os leitores das "cartas" que os jornais solidários e colaborantes dão conta no dia-a-dia nas suas páginas mais procuradas, e que sem eles tal odisseia não seria concretizada e a quem muito agradecemos desde já, compareçam em força e dêem testemunho da sua presença. Em nome do colectivo - Obrigado a todos.

Joaquim A. Moura, Penafiel

 
 
Editorial de ouro

Estamos no tempo das coisa "áureas". Primeiro na "corrida ao ouro" que motivou a abertura de compra de lojas, bem como de anunciantes de placard ao pescoço, para compra do metal precioso e... posterior venda a forretas e/ou onzeneiros inveterados. Depois aparece a "regra de ouro" do défice que os "nossos meninos cruéis" deste governo querem introduzir na Constituição a ver se, à maneira do cavalo de Tróia, lhes facilita o trabalhinho de sapa. Uma e outra são mesquinha, a primeira, e vil a segunda.

Mas nem tudo o que (não) reluz é "ouro"! À terceira é de vez  e o editorial do PÚBLICO de 13/11 - A fronteira aberta pelo cheque-ensino - é mesmo "ouro de lei"! Está lá, num texto curto, "o emblema" que mostra à saciedade os desígnios do actual Governo de Portugal" Permito-me somente reproduzir (adaptado) as últimas palavras: O problema é que se for por este caminho (o do dito cheque e ainda, digo eu, cortes no ensino público e subsídios ao privado como vem no Orçamento) o Governo impulsiona a ideia de que a vida é apenas concorrência e que a comunidade é um espartilho à liberdade individual.

É por escritos destes que o PÚBLICO é o "meu" jornal!
 
Fernando Cardoso Rodrigues, Porto
 

Sugerir correcção
Comentar