Benfica eliminado da Liga Europa nos penáltis

Marselha segue para as meias-finais após vencer no desempate por penáltis. Di María e António Silva falharam, todos os jogadores da casa acertaram.

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A insustentável tentação de defender. Esta frase adequa-se ao que o Benfica foi fazer em Marselha para a segunda mão dos quartos-de-final da Liga Europa. Tentou defender uma vantagem magra que trazia da primeira mão, mas deu-se mal. O Marselha deu tudo o que tinha (e que não era muito), foi feliz e segue para as meias-finais, onde irá defrontar a Atalanta. Empatou a eliminatória (vencendo por 1-0) e foi mais competente nos penáltis (4-2). Quanto ao Benfica, pode dizer-se que a época praticamente chegou ao fim com esta eliminação europeia.

Como se esperava, Roger Schmidt voltou ao seu plano A, depois de ter visto coisas boas no plano B frente ao Moreirense. Mudou oito em relação ao jogo do fim-de-semana, esperando que todos os que ficaram a descansar se apresentassem no Vélodrome de cabeça e pernas frescas e consolidar a vantagem na eliminatória. Um plano sólido. Em teoria. Na prática, nada disso aconteceu. Parecia que os “encarnados” queriam era segurar a vantagem, não consolidá-la. E o Marselha, sem nada a perder, entrou disposto a querer tirar partido dessa timidez benfiquista no jogo.

Enérgicos e pressionantes, os franceses estiveram bem perto do golo logo aos 7’. Da direita para o meio, Ndiaye passou por Otamendi, ignorou a aproximação de António Silva e atirou para a baliza – Trubin deteve o remate do senegalês. Era um sério aviso para o Benfica, que não conseguia fazer a contra-pressão e perdia a bola com facilidade. A excepção foi uma saída rápida aos 19’, que começou em Aursnes, seguiu para Neres, mas que Rafa não aproveitou – o remate do extremo saiu muito por cima da baliza de Pau López.

A primeira parte estava a ser exactamente o contrário do que tinha acontecido na Luz. O Benfica praticamente não saiu do seu meio-campo, o Marselha teve domínio territorial e foram várias as vezes que chegou à área “encarnada”, mas foi valendo a solidez defensiva para manter o resultado a zeros – também a melhor palavra para descrever os avançados benfiquistas na primeira parte, Di María, Rafa e Tengstedt.

A segunda parte foi mais do mesmo. O Marselha a dar tudo – não era assim tanto como isso, mas era tudo – e o Benfica em missão de resistência. Roger Schmidt reforçou essa intenção aos 61’, ao tirar dois avançados (Neres e Tengstedt) para meter dois médios (João Mário e Kokçu). Era o alemão a passar a seguinte mensagem para o campo: se conseguirem marcar, tanto melhor, mas vamos fazer tudo para empatar.

O Marselha percebeu a mensagem e foi ainda mais atrevido. Esteve bem perto do golo em dois momentos, aos 67’ e aos 69’, primeiro, num disparate de Trubin que Veretout quase aproveitou para fazer o empate, mas o guardião redimiu-se com uma grande defesa a remate de Kondogbia. Os “encarnados” também tiveram o seu duplo momento aos 74’, com Rafa e Di María a perderem o duelo com Pau López.

Mas os marselheses tanto insistiram no seu direito ao golo que o conseguiram aos 79’. Aubameyang avançou pela esquerda, fez o cruzamento e, na pequena área, surgiu Moumbagna a cabecear entre Otamendi e Aursnes. Foi de cima para baixo e ficou a sensação de que a bola estaria ao alcance de Trubin, mas só parou dentro da baliza. Estava empatada a eliminatória e esvaziada a estratégia de Schmidt em defender. Agora, o Benfica teria mesmo de fazer alguma coisa, mas também não podia deixar o Marselha fazer mais. Cumpriu o segundo objectivo.

Quando o jogo entrou no prolongamento, Schmidt continuou sem meter um ponta-de-lança em campo. Ainda assim, a primeira oportunidade do tempo-extra pertenceu ao Benfica, um cabeceamento de Di María aos 98’ após cruzamento de João Mário – o remate foi fraco e fácil para López.

Para os últimos 20 minutos, o técnico alemão lá deixou Arthur Cabral entrar em campo (saiu Rafa, um dos “zeros” da noite) e o Benfica melhorou um pouco. Mas não o suficiente para evitar os penáltis. Dos 11 metros, Di María entrou a falhar e António Silva seguiu-lhe o exemplo. Do lado do Marselha, todos marcaram.

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