Adesão à greve dos médicos ronda os 85%, estima Federação Nacional dos Médicos

Sindicato fala em constrangimentos em cirurgias e consultas. Para esta tarde, está marcada uma concentração em frente ao Ministério da Saúde.

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Concentração de médicos para apanhar o autocarro para participar na manifestação de médicos marcada para Lisboa LUSA/PAULO NOVAIS

A adesão à greve dos médicos, em defesa da carreira médica e do Serviço Nacional de Saúde (SNS), ronda os 85%, segundo o sindicato que convocou a paralisação, que fala em constrangimentos em cirurgias e consultas. Esta tarde, a Federação Nacional dos Médicos promoveu uma concentração em frente ao Ministério da Saúde.

Em declarações à agência Lusa, a presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fnam), Joana Bordalo e Sá, explicou que a greve está a provocar “bastantes constrangimentos” de norte a sul do país, sobretudo ao nível dos blocos operatórios.

Como exemplo, apontou os hospitais de Viana do Castelo — onde estão encerradas todas as salas do bloco operatório para a cirurgia programada —, de Penafiel e de Leiria e também o SUCH — Serviço de Utilização Comum dos Hospitais, em Coimbra, onde apenas duas das 12 salas do bloco operatório estão a funcionar.

Em Lisboa, por exemplo, a Fnam aponta o Hospital de Curry Cabral, onde, na cirurgia de ambulatório, há blocos igualmente parados, assim como diversas unidades de saúde familiar de norte a sul, mesmo de modelo B (remuneração associada ao desempenho).

Joana Bordalo e Sá dá ainda como exemplo diversos serviços de medicina com uma adesão a rondar os 95%, como o do Hospital de Gaia, o do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) e do Pedro Hispano, onde também a Pediatria “está parada”.

A responsável diz que esta adesão espelha "o grito de alerta dos médicos, que querem ver a situação resolvida" e lembra a necessidade de propostas escritas por parte da tutela.

Este é o primeiro de dois dias de greve geral agendadas para este mês e que esta terça-feira, à tarde, fica também marcado por uma concentração em frente ao Ministério da Saúde. Na quarta-feira, realiza-se o segundo dia de paralisação e está agendado um conselho nacional extraordinário da Fnam, que antecede a reunião marcada entre os sindicatos médicos e o Ministério da Saúde.

No próximo mês, a Fnam tem marcados mais dois dias de greve nacional — dias 14 e 15 — e com nova concentração em frente ao Ministério da Saúde no primeiro dia de paralisação. Esta greve foi agendada no final de Agosto, numa contestação à falta de progresso registado na ronda negocial que terminou sem acordo. Posteriormente, a 14 de Setembro, o Governo aprovou em Conselho de Ministros os decretos-leis que generalizam as unidades de saúde familiar e criam a dedicação plena e o da constituição generalizada de unidades locais de saúde.

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