Tanto mar, tanto mar

A visita de Lula da Silva corre o risco de perder relevância com a conivência da direita democrática, da qual neste momento, devo confessar, me envergonho imensamente.

Entrevistei Lula da Silva em 2012 para a série O Tempo e o Modo, que interroga personalidades internacionais sobre o estado do mundo. A data da entrevista estava marcada, mas Lula adoece com um cancro na garganta e o seu assessor comunica-nos que a conversa “será remarcada assim que for possível”. Sete meses depois viajamos para São Paulo: a nossa entrevista é a primeira que dá, ainda convalescente, sob o compromisso de não exceder os 40 minutos. Lula entra na sala, frágil, mas confiante, cumprimenta todos os elementos da equipa, senta-se e, com um sorriso afável, declara-se pronto. Quando dou por finda a entrevista (disponível na RTP Play), Lula pergunta: “Quanto tempo falei mesmo?” Tinha falado 38 minutos. “Ah, cumprimos com o prometido.”

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.
Sugerir correcção
Ler 13 comentários