Um “exército” pronto para o socorro

Vai haver uma concentração de meios no Santuário e arredores, mas a operação vai muito para além da área de Fátima.

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O apoio ao peregrinos já começou LUSA/NUNO VEIGA

Os números obtidos pelo PÚBLICO junto das diversas entidades envolvidas na operação de Fátima mostram a robustez de uma missão complexa e de natureza multidisciplinar em que diversas entidades têm de funcionar em rede. Uma missão que tem várias fases e que se estende muito para além do local de culto.

Na fase do evento e no local do Santuário e arredores existem meios de diversas entidades integrados no dispositivo, sendo de realçar os Bombeiros/Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) e Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM). Os primeiros estarão mais vocacionados para situações menos urgentes, com o INEM a assegurar a resposta mais urgente e exigente.

A envergadura do dispositivo irá variar consoante o nível de execução e alerta: nível verde entre 10 e 14 de Maio (base), nível amarelo entre 12 e 13 de Maio (risco acrescido) e nível vermelho (em caso de situação de excepção).

Os Bombeiros/ANPC terão cerca de 300 elementos (com mais 200 em caso de situação de excepção); as Forças Armadas (Exército e Força Aérea) cerca de 30, com mais 100 em situação de excepção, permanecendo a Cruz Vermelha Portuguesa com cerca de 60 elementos.

O INEM terá uma equipa variável consoante o dia do evento (e risco relativo), contando com cerca de 140 nos dias de maior risco. Contudo, apenas no INEM, considerando os médicos, enfermeiros, farmacêuticos, psicólogos e técnicos diversos, serão cerca de 500 os elementos envolvidos na operação, com capacidade de crescimento em caso de situação de excepção.

Os Bombeiros/ APNPC terão cerca de 80 viaturas de diversos tipos de socorro e apoio, incluindo cerca de 40 ambulâncias no local (com capacidade de mobilização para mais de 100 num curto espaço de tempo). O INEM disporá de meios logísticos mais complexos: um Núcleo Técnico de Emergência Médica, que constitui uma central de telecomunicações e coordenação de meios, um hospital de campanha e um posto médico avançado. Haverá ainda um hospital de campanha do Exército de prevenção na zona de Condeixa.

Em meios móveis serão cerca de dez Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação, três Ambulâncias de Suporte Imediato de Vida, 11 Ambulâncias de Emergência Médica e oito motos. Haverá ainda vários meios do INEM dispostos ao longo das principais estradas que levam a Fátima para uma resposta rápida a qualquer emergência. No local, entre o INEM, ANPC e Força Aérea, estarão um mínimo de cinco helicópteros, com capacidade de mobilização de mais aeronaves.

Ao todo estarão também dez hospitais em prontidão, além da primeira resposta que será dada pela emergência pré-hospitalar. Um primeiro eixo (em maior proximidade geográfica e para situações de menor gravidade) será composto pelo Hospital Distrital de Santarém, Centro Hospitalar do Médio Tejo (Abrantes, Tomar e Torres Novas), Centro Hospitalar do Oeste (Caldas da Rainha, Peniche e Torres Vedras) e o Centro Hospitalar de Leiria.

Um segundo eixo será constituído por unidades hospitalares com serviços de urgência polivalentes e maior capacidade para doentes críticos: Centro Hospitalar do Porto, Centro Hospitalar São João, Centro Hospitalar de Lisboa Central, Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e Centro Hospitalar Lisboa Norte.

Embora a operação oficial só arranque no dia 10, ela já começou há muito tempo. Na fase prévia à data do evento foram visitados pela ASAE cerca de 680 estabelecimentos, na maioria (cerca de 560) de restauração, e cerca de 120 estabelecimentos hoteleiros, residenciais e parques de campismo. Destes estabelecimentos visitados, mais de 75% apresentou condições de higiene e segurança compatíveis com o seu funcionamento.

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