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Bombista suicida causa mais de 70 mortos no Paquistão

Explosão ocorreu num parque movimentado de Lahore. Maioria dos mortos são mulheres e crianças. Ataque foi reivindicado por grupo taliban.

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Operações de socorro em Lahore ARIF ALI/AFP
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A maior parte das vítimas e feridos são mulheres e crianças ARIF ALI/AFP
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Uma testemunha conta detalhes dos atentados aos jornalistas ARIF ALI/AFP

A explosão causada por um bombista suicida num parque em Lahore matou pelo menos 70 pessoas e feriu mais de três centenas. A detonação aconteceu ao início da noite de domingo, hora local, numa zona movimentada do parque Gulshan-e-Iqbal, próxima de um local com baloiços para crianças. O atentado foi reivindicado por um grupo taliban paquistanês e foi dirigido contra a minoria cristã paquistanesa, reunida no parque no final deste domingo de Páscoa. 

O atentado foi reivindicado pelo grupo taliban Jamaat-ul-Ahrar. “O alvo eram os cristãos”, disse o porta-voz desta facção, Ehsanullah Ehsan, citado pela Reuters. “Queremos mandar ao primeiro-ministro, Nawaz Sharif, a mensagem de que entrámos em Lahore. Ele pode fazer o que quiser, mas não será capaz de nos travar. Os nossos bombistas vão continuar estes ataques.”

O impacto da explosão gerou debandadas entre as centenas de pessoas presentes no parque, separando muitas crianças das suas famílias. "Quando a explosão aconteceu, as chamas eram tão grandes que chegaram ao topo das árvores e vi corpos a voar pelos ares", disse à Reuters Hasan Imran, uma testemunha que passeava perto do local no momento da detonação. 

Lahore é a capital da região do Punjab, a base política do primeiro-ministro paquistanês, Nawaz Sharif, e tradicionalmente mais pacífica do que outras partes do país, onde a violência sectária e jihadista se faz notar com mais intensidade. Muitos dos feridos foram transportados para o hospital em veículos improvisados, dada a escassez de ambulâncias. A maior parte das vítimas e feridos são mulheres e crianças. 

O exército foi chamado para gerir as multidões que acorreram ao parque Gulshan-e-Iqbal. "Há muitas pessoas a receberem tratamento no teatro de operações e tememos que o número de vítimas aumente consideravelmente", alertou à Reuters um conselheiro de Saúde no governo regional do Punjab, Salman Rafique.

Na reacção ao atentado, o Vaticano disse que este "lança uma sombra de angústia na festa da Páscoa", é um "horrível massacre de dezenas de inocentes" e atinge "com uma violência fanática" os "membros das minorias cristãs". "Mais uma vez, o ódio homicida atinge vilmente as pessoas que menos se podem defender", disse o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi.

O atentado deste domingo coincide com várias manifestações violentas em outras partes no país, que se vêm prolongando desde a controversa execução de Mumtaz Qadri, no final de Fevereiro. Qadri foi condenado à morte depois de assassinar Salman Taseer, o governador da província de Punjab de quem era guarda-costas. Este governador era uma das mais populares vozes seculares no Paquistão: foi abatido a tiro pelo seu próprio guarda-costas quando prometia reformar as leis de blasfémia. 

A execução por enforcamento de Mumtaz Qadri, por sua vez, acabou por galvanizar a parte mais extremista da comunidade muçulmana paquistanesa, que se opõe ao actual Governo. Neste domingo, em Punjab, centenas de manifestantes atearam vários fogos diante do Parlamento e arremessaram pedras contra a polícia. Mais de 60 pessoas, a maioria delas polícias, ficaram feridas.

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