Um dia depois da morte de Bowie, o choque mantém-se e os rumores aumentam

Cancro no fígado? Seis ataques cardíacos nos últimos anos? Depois da notícia da morte de David Bowie, começam a surgir novos dados sobre a sua vida. Ainda não se sabe nada sobre o funeral, mas um tablóide britânico escreve que cerimónia vai acontecer nos EUA.

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Mural de homenagem em Brixton, sul de Londres REUTERS/Peter Nicholls
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Homenagem em Brixton, sul de Londres REUTERS/Stefan Wermuth
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Fãs junto ao cinema Ritzy no sul de Londres cantam e prestam homenagem AFP PHOTO / CHRIS RATCLIFFE
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Projecção na biblioteca de Brixton, Londres REUTERS/Peter Nicholls
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Fãs junto ao cinema Ritzy no sul de Londres cantam e prestam homenagem AFP PHOTO / NIKLAS HALLE'N
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Homenagem junto ao apartamento de David Bowie em Nova Iorque AFP PHOTO/KENA BETANCUR
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Junto ao New York Theatre onde se exibe o musical "Lazarus" em Manhattan de Nova York REUTERS/Mike Segar
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Homenagem junto ao apartamento de David Bowie em Nova Iorque Spencer Platt/Getty Images/AFP
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Pintura num centro comercial em Bruxelas, Bélgica REUTERS/Francois Lenoir
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Homenagem no centro de Londres REUTERS/Stefan Wermuth
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Mural de homenagem em Brixton, sul de Londres REUTERS/Stefan Wermuth
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Homenagem em Brixton, sul de Londres REUTERS/Stefan Wermuth
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Homenagem junto ao apartamento de David Bowie em Nova Iorque REUTERS/Mike Segar
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Modelo exibe a palavra "Bowie" num desfile de moda em Londres AFP / LEON NEAL
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Homenagem junto ao apartamento de David Bowie em Nova Iorque Spencer Platt/Getty Images/AFP
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Loja de música em Tóquio, Japão REUTERS/Toru Hanai
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Uma vela com o rosto de David Bowie junto ao seu apartamento em Nova Iorque AFP PHOTO/KENA BETANCUR
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Homenagem em Brixton, sul de Londres REUTERS/Stefan Wermuth
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Pintura nas persianas de uma loja no mercado de Brixton, no sul de Londres REUTERS/Stefan Wermuth

O funeral de David Bowie vai ser nos Estados Unidos. Bowie tinha cancro no fígado. Não foi só o cancro que o matou, o músico teve seis ataques cardíacos nos últimos anos. Estas são algumas das informações sem qualquer confirmação oficial que vão surgindo, um dia depois do anúncio da inesperada morte de David Bowie, nome maior da cultura popular. A verdade é que ainda nada se sabe. O secretismo em torno da doença que o músico foi capaz de esconder durante 18 meses é o mesmo, agora que morreu. Entretanto, multiplicam-se as acções de homenagem.

Ainda custa a acreditar que David Bowie tenha morrido. Ele que ainda na sexta-feira, dia em que somou 69 anos, nos deu um novo disco, Blackstar. A surpresa da sua morte deixa muitas perguntas, que vão ganhando resposta na boca daqueles que privaram de perto com o músico. É o caso do belga Ivo van Hove, o encenador do musical Lazarus, em cena na Broadway até 20 de Janeiro, que Bowie escreveu com o dramaturgo irlandês Enda Walsh a partir do romance The Man Who Fell to Earth, de Walter Tevis (que o próprio Bowie encarnou no cinema em 1976).

Em declarações à imprensa holandesa, Ivo van Hove afirmou ser uma das poucas pessoas que sabiam o que se passava com David Bowie, uma vez que os dois trabalharam em Lazarus. “Eu só podia fazer o espectáculo em 2016, mas ele tinha pressa. Perguntei-lhe porquê e ele disse: ‘Tenho 68 anos.’ Cancelei um grande projecto internacional por ele”, contou o conhecido encenador (e director artístico de uma das mais respeitadas companhias de teatro holandesas, o Toneelgroep) ao jornal holandês NRC, revelando ter tido conhecimento da doença de Bowie há pouco mais de um ano, quando o músico lhe contou.

Bowie sabia que não poderia estar sempre presente nos ensaios, nem acompanhar em pleno a produção do musical. “O elenco nunca soube de nada, e suspeito de que os músicos que gravaram com ele Blackstar também não sabiam. Ele fez todos os esforços possíveis para completar estes dois projectos a tempo, não deixando a doença ganhar”, disse ainda. “Estava doente, mas queria viver. Pela sua mulher e pela sua filha, e pela música.”

A última vez que Ivo van Hove viu David Bowie foi a 7 de Dezembro, quando os dois estiveram juntos na estreia de Lazarus, em Nova Iorque. “Os jornais escreveram que ele parecia tão bem, tão saudável. Mas quando saímos, ele desmaiou logo. Foi quando percebi que talvez fosse a última vez que o veria.”

Numa outra entrevista, à rádio holandesa NPO Radio 4, Ivo van Hove especificou que Bowie tinha cancro no fígado. “Ele lutou como um leão e continuou a trabalhar como um leão em tudo. Tenho um respeito incrível por isso”, declarou o encenador.

Wendy Leigh, que em 2014 publicou Bowie: The Biography, adiantou nesta terça-feira à BBC News que não foi só o cancro que matou o músico. “Ele teve seis ataques cardíacos nos últimos anos. Soube isto por alguém muito próximo dele”, disse a autora, dando força aos rumores de que Bowie estava doente há muito tempo.

Quanto ao funeral, ainda nada foi anunciado. David Bowie conseguiu nos últimos anos manter a sua vida privada longe das páginas dos jornais e a sua família parece disposta a prosseguir esse esforço. Mas o tablóide britânico The Sun, entretanto já citado por jornais de todo o mundo, escreve que a cerimónia fúnebre vai ser nos Estados Unidos, país que o músico escolheu para viver nas últimas duas décadas. A informação não foi ainda confirmada por nenhuma fonte oficial.

A música continua
Depois das homenagens nas redes sociais, os fãs saem para a rua para lembrar o génio David Bowie. Seja em Londres, Nova Iorque ou Berlim, cidades nada estranhas ao músico. Um pouco por todo o mundo organizam-se concertos e acções.

A organização dos Brit Awards, os prémios de música mais importantes do Reino Unido, já revelou que a edição deste ano, que decorre a 24 de Fevereiro na O2 Arena, em Londres, será dedicada a Bowie, numa homenagem à “extraordinária vida e obra de um dos maiores ícones” da cultura britânica, disse à BBC Max Lousada, presidente dos Brit Awards. Em 2014, Bowie foi um dos premiados, tornando-se no artista mais velho a receber um Brit. O músico não foi à entrega dos prémios e em seu nome subiu ao palco Kate Moss, vestida com o fato de coelho original de Ziggy Stardust.

Para Março, mais especificamente a 31, está a ser organizado um concerto de homenagem no Carnegie Hall, em Nova Iorque, com artistas como The Roots, Cyndi Lauper, Mountain Goats, Perry Farrell ou Jakob Dylan.

Ao mesmo tempo, por todo o mundo, ouve-se a música do homem que mudou a música. No Spotify, poucas horas depois da notícia da sua morte, David Bowie já era um dos artistas mais ouvidos do dia. De acordo com os dados revelados pelo serviço de streaming, a procura pela música de Bowie quintuplicou em relação aos dois dias anteriores. À revista NME um porta-voz do Spotify revelou que antes da trágica notícia Bowie tinha quatro milhões de ouvintes mensais no Spotify, número que subiu para 6,5 milhões.

O Spotify revelou ainda a taxa de crescimento das cinco canções mais ouvidas de sempre: Heroes (3630%), Let's dance (3942%), Blackstar (1120%), Lazarus (1084%) e Life on mars (4238%).

Efeito semelhante aconteceu no iTunes, onde quatro temas de Bowie chegaram ao top 10, com destaque para Blackstar. O último álbum foi também muito procurado nas lojas, com milhares de cópias vendidas.

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