Atirador mata duas pessoas no centro de Telavive

Polícia ainda não sabe se é um atentado.

Polícia à porta do café, na rua Dizengoff
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Polícia à porta do café, na rua Dizengoff Nir Elias/REUTERS
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A polícia está a fazer buscas de casa em casa Nir Elias/REUTERS
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Feridos a serem evacuados do local JACK GUEZ/AFP

A polícia israelita não afastou o cenário de terrorismo, mas também ainda não descartou a possibilidade de que um ataque levado a cabo por um homem vestido de negro, que varreu a tiro a esplanada de um café e bar do centro da cidade de Telavive, matando duas pessoas e ferindo outras sete, tenha sido um crime.

“Não está clara a motivação por detrás deste incidente”, reconheceu o porta-voz da polícia, Micky Rosenfeld, admitindo a possibilidade de o tiroteio ser acção de um criminoso e não de um terrorista. Israel tem sido palco de uma vaga de ataques de palestinianos contra judeus, principalmente em Jerusalém – Telavive, a capital comercial, mais afastada das tensões latentes nas zonas dos colonatos, tem estado mais salvaguardada mas não totalmente imune à violência. E segundo o presidente da câmara, Ron Huldai, “tudo aponta para um ataque terrorista motivado pelo nacionalismo”.

O ataque teve lugar às 15h (hora local), na esquina das ruas Gordon e Dizengoff, uma movimentada artéria de bares e restaurantes do centro de Telavive. Depois de abrir fogo sobre a esplanada do café-bar Simta, o atirador pôs-se em fuga em pé. Uma operação de caça ao homem, que implicou buscas porta a porta e o fecho de várias zonas da cidade, ainda não surtiu resultado.

Testemunhas descreveram o atacante como “um homem de pele clara, e com um aspecto que não do Médio Oriente”. Estava todo vestido de preto e com uns óculos protectores, mas a cara descoberta – segundo um dos donos do café, Nati Shakked, teria permanecido sentado num banco da rua, em frente ao local, durante algum tempo, “como se estivesse à espera”.

Imagens recolhidas pela câmara de videovigilância de um supermercado vizinho, mostram o suspeito a entrar e servir-se de frutos secos numa banca, que depois voltou a repor no sítio. A seguir pousa a mochila em cima de um carrinho, tira a metralhadora e sai para a rua a disparar na direcção da esplanada. Nesse momento, um grupo de amigos festejava um aniversário, mas a polícia desconhece se seriam alvos escolhidos ou ocasionais.

A divulgação das imagens levou à identificação do suspeito, cujo nome não foi avançado: foi o seu pai, que trabalha no ramo da segurança, quem contactou a polícia depois de reconhecer o filho e perceber que a sua arma tinha desaparecido. Trata-se de um árabe israelita de 29 anos, residente em Wadi Ara, uma localidade próxima da cidade de Haifa, no Norte do país. Na mochila, que deixou para trás, foi encontrado um Corão. De acordo com o Jerusalem Post, as forças de segurança já tinham sinalizado o suspeito como “sob a influência da ideologia veiculada pelo Estado Islâmico”: uma possibilidade é que tenha tentado replicar os recentes ataques de Paris.

Ameaças na Europa

Suspeitas de terrorismo levaram as autoridades a tomar medidas preventivas e encerrar duas estações de comboio em Munique, na Alemanha, que segundo “um alerta muito concreta” obtido pelos serviços secretos, seriam alvo de bombistas suicidas ligados ao Estado Islâmico, que pretendiam atacar a coberto dos festejos de Ano Novo. Outras duas estações de caminho-de-ferro, em Moscovo, na Rússia, também foram encerradas por ameaça de bomba – em ambos os casos, o risco de ataque iminente acabou por ser descartado, e a normalidade foi retomada depois de algumas horas de investigação.

Em Cabul, no Afeganistão, os taliban reivindicaram a responsabilidade de um ataque suicida no restaurante Le Jardin, um lugar muito frequentado por estrangeiros e figuras ligadas ao Governo e à administração pública. O ataque fez dois mortos, um dos quais um empregado de 12 anos de idade, e 15 feridos – e fez crescer o pessimismo relativamente ao regresso do grupo à mesa das negociações com o Governo.

 

 

 

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