Ao minuto: Eurogrupo vai reunir-se para analisar pedido da Grécia

Salvo algum volte face inesperado, a Grécia não pagará os 1544 milhões de euros que esta terça-feira deveria reembolsar ao FMI.

Fotogaleria
Albert Gea/Reuters
Fotogaleria
Pawel Kopczynski/Reuters

15:59
A carta de Tsipas a pedir um terceiro resgate a restruturação da dívida na conta do jornalista da BBC, Piers Scholfield. Só não dá para perceber para que servem tantos tipos de letra.

15:40
O Presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, convocou uma reunião extraordinária do Eurogrupo por teleconferência, marcada para às 19h de Bruxelas (18h em Lisboa). O anúncio foi feito através da sua conta oficial no Twitter. Os ministros das Finanças irão discutir o pedido de Atenas ao Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) para um novo programa de assistência, adiantou ainda Dijsselbloem.

14:57
A proposta feita pelo Governo grego à UE, esta terça-feira, prevê um financiamento para dois anos e uma reestruturação da dívida, informou o gabinete de Alexis Tsipras. “O Governo grego propôs hoje um acordo de dois anos com o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) para cobrir todas as necessidades de financiamento do país e uma reestruturação paralela da dívida.” “A Grécia permanece na mesa das negociações” e procura uma “solução viável para permanecer no euro”, diz também.

14:43
A Grécia apresentou, já esta terça-feira, uma proposta para um acordo de financiamento com a União Europeia para dois anos – disse fonte governamental citada pela agência AFP. Aguardam-se pormenores.


O empresário alemão Uwe Dahlhoff não perdeu tempo e decidiu lançar a sua marca de vodka chamada Grexit, com as caricaturas do primeiro-ministro Alexis Tsipras e do ministro das Finanças Yannis Varoufakis em grande galhofa perante o olhar furibundo de Angela Merkel.


Ponto de situação nas bolsas à hora de almoço:
As praças europeias estão a negociar em alta, depois de um arranque negativo e de uma segunda-feira de fortes quedas. Milão é quem mais sobe, com um crescimento de 1,11%. Nas outras bolsas, os ganhos são mais contidos. A praça de Paris cresce 0,22, Bruxelas valoriza-se 0,24%, Frankfurt avança 0,28%, Lisboa sobe 0,85%, enquanto Amesterdão apresenta um ganho de 0,52% e Madrid uma valorização de 0,74%.



A Turquia mostra abertura a cooperar com a Grécia para ajudar o país a sair da crise, estabelecendo pontes ao nível do turismo, energia e comércio, afirmou o primeiro-ministro, Ahmet Davutoglu. “Mantemos contacto com a Grécia, para agendar uma reunião de cooperação ao mais alto nível assim que possível, com o objectivo de estudar medidas conjuntas sobre a crise financeira”, afirmou Ahmet Davutoglu, citado pela AFP.


A chanceler alemã, Angela Merkel, disse ignorar que tenha sido apresentada à Grécia qualquer nova proposta de acordo. “A última proposta da Comissão que conheço é de sexta-feira passada e não posso dizer mais nada.” Merkel disse, no entanto, que “a porta continua aberta” para novas negociações.
Nas últimas horas foi noticiado que o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, fez uma proposta de “última hora” que estaria a ser ponderada pelo Governo grego.
Fonte do Governo alemão citada pela Reuters disse, quase em simultâneo, que é demasiado tarde para uma extensão do programa de assistência financeira à Grécia.


Com Paul Krugman, o economista Joseph Stiglitz, Prémio Nobel em 2001, tomou posição sobre o referendo. Na campanha pelo “não”, Varoufakis partilhou esta manhã no Twitter o texto publicado por Stiglitz no Guardian.


O economista francês Thomas Piketty, autor do ensaio O Capital no século XXI, disse que expulsar a Grécia do euro é “abrir a caixa de Pandora” e defendeu a imediata reestruturação da dívida grega. “Os aprendizes de feiticeiro que imaginam que expulsando um membro estão a disciplinar os demais são extremamente perigosos”, afirmou, em declarações à estação de televisão BFM, citadas pela Lusa. A decisão seria, em seu entender, “um erro dramático, histórico, porque ninguém sabe o que iria a passar-se depois”. “Estamos muito perto de uma grande catástrofe”, disse o economista.


O ministro grego das Finanças confirma que a Grécia não vai reembolsar hoje o FMI. “Não”, disse Yanis Varoufakis aos jornalistas quando a questão lhe foi colocada. E um acordo de última hora? “Espero que sim”, respondeu.
 

“A Europa nunca abandonou a Grécia”, diz Benoît Cœuré, membro francês da comissão executiva do BCE, que não exclui um cenário de desmembramento da moeda única. “A saída da Grécia da Grécia da zona euro, que era uma hipótese teórica, infelizmente já não pode ser excluída”, admite Cœuré, numa entrevista ao jornal francês Les Echos. Mas quando confrontado se, nesse cenário, o BCE pode enfrentar uma perda potencial de 135 mil milhões de euros, Benoît Cœuré responde que a Grécia pode… manter-se no clube dos 19. “Não quero especular sobre essa questão. A Grécia pode continuar na zona euro”.
Questionado se o BCE vai manter até domingo à noite (dia do referendo) o mecanismo de assistência de liquidez de emergência aos bancos gregos, congelado nos 89 mil milhões de euros, Benoît Cœuré responde: “Vamos manter a ajuda até nova ordem. A situação é reavaliada em permanência pelo Conselho de Governadores [que se reúne amanhã]”.


O porta-voz da Comissão Europeia, Margaritis Schinas, disse que ainda não houve nenhum movimento do lado da parte grega depois de recebida a proposta de “última hora” feita pelo Presidente Juncker. Na conferência de imprensa diária da Comissão Europeia, Schinas garantiu que para a Comissão Europeia "as portas continuam abertas", mas que o "tempo está a esgotar-se rapidamente."
 

Alexis Tsipras falou já esta terça-feira, por telefone, com o presidente da Comissão, Jean-Claude Juncker, e com o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, disseram fontes do Governo grego. Não foram adiantados detalhes sobre o conteúdo dessas conversas.
 

O cartoon de Ilias Makris no jornal Ekatemerini:
Tsipras - “Rapazes, hoje sinto-me com sorte! Vamos recuperar tudo aquilo que perdemos!”


O jornalista Peter Spiegel, do Financial Times, disse que a informação de que Alexis Tsipras estaria a ponderar aceitar a proposta de "última hora" de Juncker lhe foi desmentida por fontes do Governo. Mas escreveu no seu Twitter que o Executivo grego poderá propor uma alternativa, na tarde desta terça-feira.
 

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, estará a ponderar a aceitação da proposta de “última hora”  feita pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, disseram fontes governamentais ao diário grego Kathimerini.
O jornal escreve que a pressão causada pelo encerramento dos bancos e a aproximação do fim do prazo para um pagamento ao FMI levou membros do Governo a defenderem a aceitação. O gabinete de Tsipras terá informado a Comissão Europeia de que está a analisar a proposta.
 

Uma vitória do “sim” no referendo grego permitiria aos credores negociarem com outro Governo em Atenas, disse o chefe do executivo espanhol, Mariano Rajoy. “Se o referendo acontecer e se [o primeiro-ministro grego, Alexis] Tsipras perder o referendo, será uma coisa boa para a Grécia porque os gregos terão dito sim, nós queremos ficar no euro, e poderemos negociar com outro Governo”, disse, numa entrevista à cadeia Cope. No cenário de vitória do “não” a Grécia “não tem outra alternativa que não seja sair do euro”, afirmou também.


Uma operação de crowdfunding para ajudar a Grécia a conseguir os quase 1600 milhões de euros que a Grécia tem de reembolsar ao FMI, lançada na segunda-feira na plataforma Indiegogo teve já a adesão de 1496 pessoas, que contribuíram com 21.534 euros. Os promotores da campanha acreditam conseguir reunir o montante, argumentando que basta cada europeu desembolsar três euros. Caso o objectivo seja cumprido, cada doador receberá em troca produtos gregos, consoante o valor (entre três e 25 euros) que desembolsou. Com três euros de donativo o prémio é um postal enviado da Grécia, seis euros valem uma salada de queijo feta e azeite, dez uma pequena garrafa de Ouzo e 25 euros uma garrafa de vinho. https://www.indiegogo.com/projects/greek-bailout-fund#/story


Os juros da dívida de Portugal estão a subir a dois, cinco e dez anos, à semelhança do que se passa com os da Irlanda, Itália e Espanha. Os juros a dez anos subiam para 3,116%, contra 3,083% na segunda-feira. No mesmo sentido, os juros a cinco anos aumentam para 1,773%. No prazo de dois anos, a subida é de 0,121% (0,114% na segunda-feira).
Os juros da Grécia a dois e dez anos também estão a crescer para 38,699% e 15,298%, respetivamente, detalha a Lusa.
 

Panos Skurletis, ministro do Trabalho e um dos pesos-pesados do Syriza, disse que os dirigentes europeus estão empenhados em travar a ascensão de outros partidos de esquerda, o que, em seu entender, explica a sua forma de actuar com o Governo de Atenas. “Têm medo do avanço de forças como o [partido espanhol] Podemos e querem impedi-lo de qualquer forma. E o modo de o conseguir é afundar-nos, para conseguir desse modo que o exemplo do Syriza na Grécia não possa ser uma referência para outros países em situação parecida com a nossa”, disse, numa entrevista ao jornal espanhol El Mundo.


Não há quaisquer sinais de resposta positiva a uma proposta de “última hora” feita na segunda-feira pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker. Os credores fariam concessões no IVA da hotelaria e nas pensões mais baixas e Bruxelas prepararia um “pacote” de crescimento de 35.000 milhões de euros, acompanhado da promessa de reestruturação da dívida no Outono. Alexis Tsipras deveria, segundo a Reuters, aceitar o acordo por escrito, até ao fim desta terça-feira, e defender o “sim” no referendo de domingo.


“A Itália já está fora da linha de fogo”, disse o chefe do Governo italiano, Matteo Renzi, comentando os receios de repercussões da crise grega no seu país. “Fizemos um percurso corajoso de reformas estruturais, a economia encaminha-se para a retoma e o chapéu-de-chuva do Banco Central Europeu protege-nos: são três características que tornam para a Itália esta crise diferente da de há quatro anos”, disse ao jornal económico Il Sole 24 Ore. Renzi declarou que a sua preocupação “não tem a ver com o que possa acontecer à Itália, mas com os cenários globais de dificuldades que possam ocorrer”.


As bolsas europeias despertaram nesta terça-feira com quedas menos pronunciadas em comparação com a abertura dos mercados na segunda-feira. A maior descida é protagonizada por Lisboa, onde o PSI20 desce 0,53%, para os 5.501,29 pontos. Ontem fechou a derrapar 5,22%, o pior resultado da Europa. Em Frankfurt, o Dax recua 0,23% para 11.058,04, quando segunda-feira terminou o dia a cair 3,56%. Londres inaugura o dia a diminuir 0,40%. O índice europeu FTSEurofirst 300 também desce 0,5%, recuperando face à queda de 2,8% de segunda-feira.
Na Ásia, a bolsa de Tóquio encerrou a sessão em alta ligeira, com o principal índice, o Nikkei, a progredir 0,63%, cotando-se nos 20.235,73 pontos. Em Xangai, o mercado fechou em forte alta, de 5%, recuperando da descida de 5% na segunda-feira.


Grécia vai reabrir entre quarta-feira e o final da semana 1000 dependências bancárias para permitir levantamentos de dinheiro aos pensionistas que não usam as caixas automáticas, confirmou, esta terça-feira, o ministério das Finanças, tornando oficial uma possibilidade que já tinha sido falada. Cada pensionista poderá levantar 120 euros esta semana. Os bancos gregos devem ficar fechados para outros fins até depois do referendo de 5 de Julho.


Um destacado dirigente da CSU (União Social Cristã), partido “irmão” da CDU da chanceler Angela Merkel, defende uma saída “ordenada” da Grécia da zona euro, por considerar que essa é a melhor opção para todas as partes. Markus Soeder, titular da pasta das Finanças do estado da Baviera, disse à rádio Deutschlandfunk que um plano de saída “ordenado e criterioso” seria o “melhor caminho”. A CSU já era adepta de uma posição dura nas negociações, mesmo antes da ruptura, no final da semana passada.
 

A Fitch cortou a notação de quatro bancos gregos para "incumprimento restrito", atribuído quando uma entidade passou por uma recente falta de pagamento de um empréstimo, juros ou outra obrigação financeira concreta, mas não entrou ainda na falência. Em comunicado, divulgado segunda-feira à noite, a Fitch adiantou que o controlo de capitais, incluindo as restrições aos levantamentos bancários, representa um incumprimento restrito, porque "afecta uma parte relevante das obrigações principais" dos bancos.

7:41
Uma notícia que vem ainda de segunda-feira: a Grécia admite a possibilidade de recorrer à justiça para evitar ser afastada da zona euro, no caso de não ser conseguido qualquer tipo de acordo. A hipótese foi posta pelo ministro das das Finanças, Yanis Varoufakis, citado pelo jornal britânico Daily Telegraph. "O governo grego tem todos os direitos legais ao seu dispor", escreveu, citando Yanis Varoufakis.
"Estamos a aconselhar-nos e certamente vamos considerar a possibilidade de uma providência cautelar junto do Tribunal de Justiça Europeu. Os tratados da União Europeia não prevêem [a] saída do euro e não a aceitamos. A nossa pertença [à zona euro] não é negociável", declarou.

Sugerir correcção
Comentar