Mourinho deixou a festa para os jogadores, mas o 22.º título é dele
A três jornadas do fim da Premier League, o Chelsea garantiu a conquista do título inglês. Leonardo Jardim e Nuno Espírito Santo venceram e estão mais perto do play-off da Liga dos Campeões.
Menos exuberante do que é habitual, desta vez José Mourinho não foi o protagonista da festa. Ao contrário do que aconteceu em celebrações anteriores, o técnico português, que teve uma semana difícil devido à intervenção cirúrgica a que o seu pai, Félix Mourinho, foi submetido — o antigo treinador foi vítima de um derrame cerebral e encontra-se em fase de convalescença —, abandonou o relvado logo após o apito final. “Deixei a festa para os jogadores, porque o título é deles. Finalmente podemos respirar, relaxar e apreciar. Cada título é consequência de muito trabalho, por isso estamos muito felizes e orgulhosos. Ninguém nos deu nada desde o primeiro dia. Olhamos para trás e vemos bem que merecemos ser campeões”, referiu no final.
A necessitar de apenas uma vitória para garantir matematicamente o título, o Chelsea recebeu o Crystal Palace com tudo preparado para a festa, mas os adeptos dos blues tiveram que sofrer. O belga Eden Hazard, melhor jogador da Premier League 2014-15, colocou a equipa de Mourinho a ganhar aos 45’, mas o derby londrino foi tudo menos um passeio para os novos campeões ingleses e o treinador português destacou a postura do Crystal Palace no final do encontro: “O Crystal Palace foi fantástico. Jogaram como se precisassem do resultado para conquistar o título ou evitar a despromoção. Para uma equipa que está a meio da tabela, é fantástico, e mostra a natureza do futebol aqui. Do primeiro dia até hoje, ninguém nos deu nada. Tudo o que alcançámos foi merecido.”
Embora mais contido do que em outras ocasiões, Mourinho não resistiu a deixar uma indirecta ao campeonato espanhol, de onde saiu sem a aclamação que tem em Inglaterra: “Quando voltei [a Inglaterra], sabia que vinha para o campeonato mais complicado de conquistar no mundo. Aqui não ganhas por 6-0 ou 8-0. Em outros países, não é assim. O futebol inglês continua a ser o meu preferido”.
O domingo foi, igualmente, muito proveitoso para outros dois treinadores portugueses que continuam a brilhar em dois campeonatos europeus. Em França, o Mónaco reforçou o terceiro lugar, que dará acesso a disputar o play-off da Liga dos Campeões, com Bernardo Silva e João Moutinho em grande. O ex-benfiquista começou a construir a vitória monegasca aos 9’, com um remate cruzado, que sofreu um desvio após bater num adversário. Bernardo Silva já é o segundo melhor marcador do Mónaco no campeonato, com oito golos, apenas um a menos do que Anthony Martial. O Toulouse ainda restabeleceu o empate, mas o Mónaco recolocou-se novamente na frente do marcador no primeiro minuto de descontos da primeira parte, através de um penálti marcado por Martial. Na segunda parte, seria João Moutinho a brilhar, com um raro golo de cabeça e, já no final da partida, Valére Germain, assistido por Moutinho, fez o 4-1 final. O líder, no entanto, é o PSG, que foi a Nantes ganhar por 2-0.
Em Espanha, Nuno Espírito Santo também deu um importante passo para disputar o play-off da Champions após derrotar em casa o Eibar, por 3-1. Com André Gomes no “onze”, os valencianos tiveram sempre a partida controlada e chegaram a ter três golos de vantagem: golos de Otamendi (25’), Parejo (56’) e Alcacer (71’).
O sucesso português estendeu-se também à Croácia, onde, para não variar, o Dinamo Zagreb sagrou-se decacampeão croata. O clube onde jogam Eduardo, Ivo Pinto, Paulo Machado e Gonçalo Santos (Wilson Eduardo saiu em Janeiro) tem 15 pontos de vantagem sobre o Rijeka, a quatro jornadas do fim.