Síria, um pesadelo maior dentro de outro
A situação em Yarmouk é já a pior da guerra síria. Um caos humano que requer acções de emergência.
O exemplo de Yarmouk é elucidativo: cercado há dois anos pelo regime de Assad e agora invadido pelos terroristas do EI, tornou-se um território em estado de calamidade. O campo de refugiados que alberga cerca de 18 mil palestinianos, entre os quais 3500 crianças, está neste momento sem comida ou água potável, e aqueles que ali vivem, impedidos de se movimentarem fora das suas casas, enfrentam uma morte lenta ou as bárbaras execuções do EI.
O Conselho de Segurança da ONU reuniu-se para exigir a entrada de missões humanitárias em Yarmouk “para a protecção de civis”, mas o estado a que se chegou no terreno impossibilita qualquer avanço, mesmo com riscos. Assim, sem assistência humanitária nem modos de lha fazer chegar, sujeitos à fome e à sede, ao arbítrio sanguinário do EI e às bombas de Assad, os habitantes de Yarmouk têm diante de si um pesadelo ainda mais terrível do que aquele que têm vivido até agora.
O comissário-geral da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos, Pierre Krähenbühl, diz que ali se vive “uma situação completamente catastrófica em termos humanos”. E outro elemento da mesma agência, Christopher Gunness, recorreu a uma imagem mais drástica: disse que Yarmouk chegou aos piores níveis da desumanidade. O que quer dizer isto? Um terror inexprimível. Milhares de seres humanos a morrer diante dos nossos olhos. É urgente romper o cerco e salvá-los.