Ana Gomes responde a Portas com perguntas sobre casa e dinheiros do CDS
Portas acusou eurodeputada de ser “compulsivamente mentirosa” no processo dos submarinos.
Ana Gomes começa por afirmar na rede social: “Quem é que mente compulsivamente? Eu ou Paulo Portas?”. E de seguida mostra uma parte do despacho do Ministério Público onde é dito: “Encontra uma informação do MNE, datada de 24-6-2013, recebida a 8-7-2013, dirigida à Exma. chefe de gabinete de sua excelência a Conselheira Geral da República, de acordo com a qual os elementos referentes à Felltree Inc e Felltree Fund foram, de acordo com a notícia das autoridades das Bahamas, enviadas às autoridades judiciárias portuguesas. Tais elementos não foram localizados.”
Segue-se depois o pacote de perguntas. A primeira tem a ver com a casa pessoal de Portas. “Quem pergunta a Paulo Portas se a casa para que se mudou quando saiu do Governo em 2005 é comprada ou alugada e a quem, como, quando?”
A segunda tem a ver com dinheiros do vice-primeiro-ministro e do CDS. “Quem pergunta a Paulo Portas de onde vinha fundo ‘ad usum delfini’ que era para seu uso exclusivo? E passou-o a sucessor no CDS/PP em 2005?”
A última refere-se ao BES e aos submarinos. “Quem pergunta a Paulo Portas que empréstimos tinha o CDS/PP no BES em 2004/5? BES a quem deu contrato financiamento dos submarinos que a Escom vendia.”
Contactada pelo PÚBLICO, Ana Gomes, que esta semana pediu a reabertura do processo dos submarinos, disse que já que Paulo Portas lhe chamou “compulsivamente mentirosa” — “o que até me divertiu” — resolveu fazer algumas perguntas. “Eu limito-me a dizer o que está no despacho e agora coloquei mais uma série de perguntas a ver se tenho respostas”, afirmou.
A eurodeputada disse ainda que apenas que esclarecer “um negócio terrível para o Estado” português e que acredita na justiça portuguesa. Agora, acrescentou, fica à espera que Paulo Portas responda às suas perguntas.
A eurodeputada do PS tinha afirmado que "há elementos que justificam uma investigação ao património de Paulo Portas", que como ministro da Defesa (2002 a 2005) teve um "papel relevante" no negócio da compra dos submarinos. Como o PÚBLICO revelou no início desta semana, Ana Gomes pediu nesta quinta-feira ao Ministério Público a reabertura do processo dos submarinos.