Resultado do PS “tem que ser motivo de preocupação”, avisa António Costa
Autarca socialista de Lisboa afirma que resultado magro nas europeias deve levar PS a reflectir, se quiser ganhar as próximas legislativas em condições de governar.
Intervindo na edição especial sobre as europeias da Quadratura do Círculo, na SIC-Notícias, António Costa – que como cabeça de lista ao Parlamento Europeu deu o melhor resultado de sempre nestas eleições ao PS (44,5%), em 2004 – afirmou que os socialistas “não podem enfiar a cabeça na vitória, na areia”, que foi obtida neste domingo.
O resultado (31,4% para o PS, 27,7% para a coligação PSD/CDS, na altura em que falava) deve, para António Costa, “levar os socialistas a reflectirem sobre o que é preciso fazer para chegar às legislativas e ganhá-las em condições de governar”. Costa advertiu que o PS terá que trabalhar mais para que a próxima vitória “não saiba a pouco”. Nas legislativas de 2015, reforçou, para ganhar, “não basta ter mais um voto”. “Uma derrota da direita saberá a pouco, se a ela não corresponder uma vitória substancial do PS”, desenvolveu.
Questionado, então, sobre o que o PS tem que fazer para atingir esse objectivo, António Costa respondeu: "Tem que fazer tudo para evitar a maior tragédia que seria chegar às legislativas com resultados iguais a este", das europeias. O comentador socialista defendeu ainda que "há condições para [o PS] polarizar um bloco que se formou e que está ansioso por ter representação". Trata-se, explicitou, de um bloco de eleitores que reclamam uma nova agenda e que recusam mais três anos de "corte no salário e aumento no imposto".
Perguntado ainda se previa contestação ao líder do PS nos próximos tempos, António Costa afirmou que o partido "só reclamará se o actual líder não fizer o que for preciso".
Antes, também os outros dois comentadores da Quadratura do Círculo tinham posto em causa o significado da vitória do PS nestas europeias. António Lobo Xavier considerou-a "decepcionante" e Pacheco Pereira, que defendeu que a liderança de António José Seguro "já deu tudo o que tinha para dar ao PS", definiu-a mesmo como uma “derrota”.
Acrescentados os penúltimo e antepenúltimos parágrafos