Al-Qaeda rejeita qualquer laço com os jihadistas na Síria

A organização terrorista diz que o Estado Islâmico do Iraque e do Levante não combate em seu nome.

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Alepo, na Síria. A guerra já dura há três anos Fadi al-Halabi/AFP

A organização terrorista Al-Qaeda anunciou esta segunda-feira que não reconhece como sua filiada a organização jihadista Estado Islâmico do Iraque e do Levante, que na Síria combate os rebeldes da oposição mas também os grupos islamistas.

Num depoimento publicado online, a Al-Qaeda deixa claro que não tem qualquer relação com o ISIS. Em Maio do ano passado, o líder da organização terrorista, Ayman al-Zawahri, rejeitou uma iniciativa do ISIS no sentido de se fundir com a Frente al-Nusra, que também combate na Síria e é reconhecida pela Al-Qaeda como o seu único braço armado no país onde há uma guerra civil há três anos.

A tentativa de fusão falhou porque não foi aceite pelo líder da Nusra, Abu Mohammed al-Julani. Há algumas semanas, a Al-Zawahri fez um apelo aos grupos islamistas e jihadistas na Síria para deixarem de se olhar como inimigos e combaterem lado a lado contra os "xiitas", ou seja contra o governo de Bashar al-Assad (que pertence a um ramo xiita, o alauíta). O apelo não deu resultados, com os jihadistas a lançarem ataques contra os islamistas que os acusam de cometerem abusos contra a população civil.

Nos confrontos entre o ISIS - que quer conquistar territórios onde aplicar a sua versão extremista da lei islâmica - e outros grupos de combatentes estrangeiros na Síria terão morrido 2300 pessoas. No domingo, 16 islamistas morreram devido a um ataque suicida de um membro do ISIS contra um quartel em Alepo. Mais 26 pessoas morreram, incluindo o comandante da brigada Tawhid, em dois atentados suicidas atribuídos ao ISIS em Alepo. 

O ISIS está activo também no Iraque, onde ocupou partes das cidades de Falluja e de Ramadi; nesta última, as tribos conseguiram fazer os jihadistas recuar.

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