Moçambique deu 48 horas a Diamantino Miranda para sair do país
Responsáveis do Governo indignados com afirmações do técnico português, que disse ter sido provocado e se despediu em lágrimas.
Nesta quinta-feira, em conferência de imprensa, Diamantino Miranda defendeu-se dizendo que foi provocado, e despediu-se de Moçambique com lágrimas. “Não me apercebi que aquela discussão, que eu tive com uma pessoa que mais tarde vim a saber que era jornalista, tinha sido gravada”, confessou o técnico, que pediu desculpas. “Levo o povo moçambicano no coração. Espero que a verdade seja reposta e que um dia regresse a Moçambique”.
O técnico tinha sido preventivamente suspenso pela Liga Moçambicana de Futebol. Mas, nesta quinta-feira, a ministra do Trabalho Maria Helena Taipo revogou “com efeitos imediatos, a autorização implícita de trabalho em Moçambique, concedida a Diamantino Miranda, como treinador da equipa principal do Clube de Desportos da Costa do Sol, a qual ainda carecia de regularização e cuja moratória terminava em Dezembro deste ano”. “O cidadão em causa, e à luz do despacho em referência, deverá abandonar o país, nos termos legalmente estabelecidos”, pode ainda ler-se. Diamantino Miranda tinha 48 horas para deixar Moçambique, o que deverá acontecer até sábado. O PÚBLICO tentou contactar o treinador português, mas as tentativas não surtiram resultados.
O incidente assumiu importância nacional em Moçambique quando Governo considerou o caso como “assunto de Estado”. “A dignidade, auto-estima e a imagem de Moçambique e dos moçambicanos ficaram abaladas com as palavras de Diamantino Miranda, por isso é que este é, desde já, um assunto de Estado e não meramente desportivo. Tomaremos medidas exemplares para que sejam lição para os outros”, disse José Dimitri, Inspector Nacional dos Desportos e porta-voz do Ministério da Juventude e Desportos, citado pela agência Lusa.
Este não é o primeiro incidente em que Diamantino Miranda se viu envolvido em Moçambique. No início de Junho, na sequência de uma inspecção do Ministério do Trabalho, o nome do técnico constava numa lista de 27 futebolistas e treinadores a serem repatriados por estarem a trabalhar ilegalmente no país. Diamantino Miranda seria mais tarde autorizado a regressar ao trabalho.