Passos, Portas e Seguro já se reuniram com Cavaco Silva
Secretário-geral do PS foi o primeiro líder partidário a ser recebido por Cavaco Silva depois da declaração do Presidente de quarta-feira à noite. O líder do CDS foi o segundo, seguiu-se Pedro Passos Coelho.
O encontro entre António José Seguro e Cavaco Silva foi o primeiro da ronda de reuniões que o Presidente anunciou que iria fazer "de imediato" com os líderes partidários para analisar a solução que propôs de um "compromisso de salvação nacional".
Segundo um breve comunicado, o PS confirmou a reunião e acrescenta apenas que "o secretário-geral do PS ouviu o senhor Presidente da República e vai agora ouvir os órgãos próprios do PS". Para o fim da tarde está marcada uma reunião do secretariado nacional, mas é de prever que Seguro venha a convocar para breve a comissão política nacional.
Paulo Portas foi também recebido esta quinta-feira à tarde em Belém, tal como Pedro Passos Coelho, mas o primeiro-ministro será o último dos três líderes partidários a conversar com Cavaco Silva. Paulo Portas terá ido a Belém informar o Presidente de que a direcção do CDS aguarda esclarecimentos.
Segundo o PÚBLICO apurou, a direcção do CDS concluiu que entre os dirigentes há interpretações divergentes sobre as intenções do Presidente da República. Portas saiu directamente da sede do CDS para o Palácio de Belém, fazendo terminar mais cedo a reunião da comissão executiva do partido, que foi convocada nesta quinta-feira de manhã.
António José Seguro reuniu-se três vezes com Cavaco Silva no espaço de nove dias, desde que eclodiu a actual crise política. Logo no dia 1 de Julho, na sequência da demissão do ministro das Finanças Vítor Gaspar, Seguro pediu uma audiência com carácter de urgência ao Presidente da República, que só o recebeu no dia 3, já depois do anúncio da demissão de Paulo Portas de ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros.
No final desse encontro, que demorou mais de uma hora, o líder do PS afirmou que a reunião tinha sido "muito positiva", mas reafirmou que os socialistas insistem na necessidade de eleições antecipadas, sem as quais não estariam disponíveis para ir para o governo.
Depois de os líderes do PSD e do CDS terem proposto a Cavaco a sua solução de governo de coligação, em que Portas ficaria como vice-primeiro-ministro, o Presidente abriu uma ronda de audiências com os partidos.
Seguro voltou então a Belém com o seu núcleo duro e saiu da reunião afirmando que um quadro de maioria parlamentar não chega para garantir a estabilidade, "como prova o que se passou na última semana", insistindo na necessidade de um governo com nova legitimidade para renegociar com a troika.
Este terceiro encontro, realizado esta quinta-feira, antecedeu mesmo a reunião do secretariado do PS, que Seguro marcou para as 18h e depois foi alterada para as 19h30 horas devido ao atraso dos trabalhos parlamentares.