O IndieLisboa em 20 filmes

Terça-feira o festival anuncia o programa da 10ª edição, que decorre de 18 a 28 de Abril. Vamos tropeçar nestes filmes.

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"No", Pablo Larrain (Abertura): Um publicitário inventa a campanha para derrotar Pinochet no referendo de 1988. Depois de “Post Mortem”, 2010, e de “Tony Manero”, 2008, a democracia, enfim, mas ainda a amnésia e História, e uma personagem inquietante de “ausente”
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"Giumme the Loot", Adam Leon (Cinema Emergente): A aventura de dois amigos, dos pequenos tráficos a caminho de um “grande” golpe. Fábula urbana, do Bronx ao Upper Side de Manhattan, percorre uma geografia de que o cinema se apropriou. Mas que aqui pode ser a aventura de uma primeira vez para o espectador
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"Leones", Jazmin Lopes (Competição Internacional): Os jovens que deambulam por um bosque (como foram ali parar?) transportam um património de morte: conversam com citações de gente que se suicidou — como Kurt Cobain. Impressionante, sim, e também assusta por ser um filme tão atento aos benefícios de uma (já) imagem de marca do cinema argentino
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Ulrich Seidl (Observatório): a exibição da trilogia "Paradise" (Love, Faith, Hope) e "links" com os anteriores "Models" (1999), "Animal Love" (1996) e "Jesus, You Know" (2003) desafiarão a percepção pública da obra do austríaco: e se em vez de cínico manipulador ele se revelar, afinal, um lúcido humanista?
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"Torres e Cometas", Gonçalo Tocha e Dídio Pestana (Sessões Especiais): O filme de um desacordo. E um filme em desacordo. Depois da simbiose milagrosa que foi "É na Terra,não é na Lua" – em que Gonçalo Tocha e Didio Pestana inventaram uma ilha -, os realizadores não se sentem debaixo do céu em Guimarães, Capital da Cultura, que lhes fez a encomenda. Aqui é mesmo na nossa terrinha, não é na lua
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"Spring Breakers", Harmony Korine (Observatório): A imagem original foi a de raparigas em bikini na praia, armas e balaclavas (antes das Pussy Riot...) Depois, a fantasia de um cast de actrizes de universo teen delicodoce, e meter-se dentro do bikini delas - não como quem perverte o que é puro, mas como quem olha para a realidade. E James Franco é um espectáculo, entre Sean Paul, artista de dancehall, laivos de Bobby Peru (Willem Dafoe no Wild at Heart, de Lynch) e a imprevisibilidade nas armas de Scarface/Al Pacino
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“The Rolling Stones - Charlie Is My Darling”, de Peter Whitehead e Mick Gochanour (IndieMusic): 1965, Irlanda. Tudo a começar. Os palcos eram invadidos por miúdas que os polícias não conseguiam conter e Brian Jones sorria sardónico perante a loucura. Peter Whitehead captou-os e capturou aquele tempo que tinha a inocência dos começos. Nunca mais os veríamos assim
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"Simon Killer", Antonio Campos (Competição Internacional): a segunda longa do realizador de "Afterschool" leva-o até Paris (cidade onde escreveu o filme anterior) para a experiência (de novo) de um território ocupado pela paranóia
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“A Batalha de Tabatô”, João Viana (Competição Internacional): Menção especial do júri de primeiras obras em Berlim 2013, a primeira longa de João Viana é uma ficção de olhos bem arregalados sobre o confronto entre a tradição e a colonização, sob o mote "o futuro nasce do passado" e à sombra da música tradicional guineense
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“Frances Há”, Noah Baumbach (Observatório): Se um guião do Woody Allen da fase Diane Keaton fosse rodado por um cineasta da Nouvelle Vague, o resultado podia ser o novo filme do autor de A Lula e a Baleia - que também passa por Paris e é uma carta de amor à sua nova musa, Greta Gerwig
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“Leviathan”, de Véréna Paravel e Lucien Castaing-Taylor (Competição Internacional): filme ou instalação, documentário ou ensaio? Lucien Castaing-Taylor e Véréna Paravel, do Laboratório de Etnografia Sensorial de Harvard, fixaram câmaras num barco de pesca e montaram as imagens filmadas desse modo "automático" num dos objectos mais apaixonadamente discutidos dos últimos meses
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“Ape”, de Joel Potrykus (Cinema Emergente): vencedor de Melhor Realizador em Locarno 2012, o americano Joel Potrykus inspirou-se na sua carreira (falhada) como comediante para criar a história de um stand-up pirómano que faz um pacto com o Diabo
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"The Act of Killing", de Joshua Oppenheimer (Pulsar do Mundo): Werner Herzog e Errol Morris são dois dos nomes que apadrinham o projecto do americano Joshua Oppenheimer: propor a antigos torcionários indonésios que concretizem os seus sonhos hollywoodianos… em histórias que se baseiam nos registos dos crimes que cometeram
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“Death Row”, de Werner Herzog (Observatório): depois de ter mostrado no ano passado o alucinante documentário “Into the Abyss”, o Indie mostra este ano a série televisiva que lhe deu origem. Werner Herzog penetra no "coração das trevas" da pena de morte nos EUA, em quatro episódios de 45 minutos
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“I Used to Be Darker”, Matt Porterfield (Cinema Emergente): com “Putty Hill”, em 2010, Porterfield tornou-se na “next big thing” do indie made in USA. Nesta terceira longa retoma o processo de usar não profissionais em ficções semi-improvisadas que integram os próprios cenários de Baltimore onde tudo acontece
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“Computer Chess”, Andrew Bujalski (Cinema Emergente): “Habitué” do Indie e um dos pontas-de-lança da cena mumblecore, traz o seu filme mais atípico, uma peculiar comédia de época ultra-geek, ambientada no mundo dos programadores de computadores em 1980 e rodado com equipamento video dessa altura
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“Amsterdam Stories USA”, Rob Rombouf e Rogier Van Eck (Pulsar do Mundo): a “pièce de resistamce” no festival, um road movie de seis horas através de 15 localidades americanas que se chamam Amsterdam, partindo de Nova Iorque (a antiga New Amsterdam) até à Califórnia. Dois holandeses, a dupla de cineastas, mergulham no desconhecido
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"Gingers", António da Silva (Cinema Emergente): António da Silva continua a utilizar a sua pequena câmara como um receptor GPS do (seu) desejo. Depois das deflagrações silenciosas em urinóis públicos de Londres (Bankers) eis um bailado todo ele em tons ruivos (Gingers). E mais não se diz...
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"Má Raça", André Santos e Marco Leão (Competição Internacional): Depois das pequenas biografias atmosféricas à volta da saudade da infância (“A Nossa Necessidade de Consolo”, “Cavalos Selvagens”, “ Infinito”), a dupla reforça a musculatura ficcional. Mas não perde a intimidade. Até ganha em densidade sensorial. É só isto: uma mãe, uma filha e um cão. E é para contar com eles, André Santos e Marco Leão
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“Before Midnight”, Richard Linklater (Filme de Encerramento): É o muito aguardado final (ou talvez não…) da trilogia criada por Julie Delpy, Ethan Hawke e Richard Linklater - e o melhor dos três filmes; nele, em vez de se sonhar com o futuro, enfrenta-se o presente, mas sem perder a lucidez que marcou “Antes do Amanhecer” e “Antes do Anoitecer”

Terça-feira o Indie anuncia, em conferência de imprensa, tudo o que vai mostrar entre 18 e 28 de Abril. É uma edição que inaugura com Não, de Pablo Larrain - o final da sua trilogia sobre o Chile, depois Tony Manero e de Post Mortem  -, que encerra com Before Midnight, de Richard Linklater, o final de outra trilogia. E que dedica uma atenção especial ao cinema do austríaco Ulrich Seidl.

Entre 18 e 28 de Abril, haverá vários títulos em que apetecerá tropeçar. Ficam aqui 20 hipóteses (para já)...

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