Dois políticos guineenses espancados e abandonados fora de Bissau

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Militares guineenses no domingo, após tiroteio junto a base aérea perto de aeroporto de Bissau AFP

Dois políticos guineenses opositores do golpe de Estado do passado mês de Abril em Bissau, Iancuba Indjai, dirigente da Frenagolpe, e Silvestre Alves, líder do Movimento Democrático Guineense, foram espancados e abandonados na segunda-feira fora da capital.

A informação foi confirmada pelo PÚBLICO em contactos com Bissau, onde opositores do golpe que há seis meses afastou o governo de Carlos Gomes Júnior, têm sido perseguidos na sequência de um ataque a uma base aérea nos arredores de Bissau. Iancuba Indjai, dirigente de um grupo de organizações e pessoas que se opõe ao golpe, foi detido na segunda-feira e deixado, horas depois, “muito maltratado”, numa mata, no caminho de Bissau para Cantchungo, disse a filha, Guie Aissatu Indjai.

O também o líder do Partido da Solidariedade e Trabalho, Iancuba Indjai, está agora “em local seguro, sob cuidados médicos”, acrescentou.

Silvestre Alves, igualmente levado por militares, foi abandonado ainda na segunda-feira à beira da estrada, nos arredores de Bissau. Terá recebido assistência médica no Hospital Simão Mendes, na capital.

Na segunda-feira foi também detido Bitchofla Na Fafé, um ex-comissário da polícia considerado próximo de Gomes Júnior.

O governo de transição instituído após o golpe considerou o ataque à base uma tentativa de contragolpe, apoiado por Portugal, pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e por Gomes Júnior. Críticos do regime e observadores consideram ter-se tratado de uma encenação para justificar o silenciamento de opositores.

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